Resenhas - As quatro vidas de Daiyu

gaabiloyola 06/06/2024

Impecável
Sem sombra de dúvidas, um dos melhores livros que já li.

Visceral, poético, bem construído, bem escrito, historicamente embasado. Personagens cativantes, complexos. Consequências, erros, ingenuidades.

Chorei durante os últimos capítulos, entendendo a situação. Chorei durante o epílogo, que conclui a narrativa de forma suave e dura ao mesmo tempo. Segui a chorar lendo as notas da autora no fim do livro, explicando as partes da história que foram reais, que são de fato parte da História sangrenta, violenta e assassina da face extrema do preconceito e do racismo.

No cotidiano muitas vezes esse sofrimento é apagado, esquecido, normalizado. Existem dores e injustiças mais presentes a serem observadas. Mas esse livro nos lembra de como o passado é presente no agora, as feridas de hoje foram abertas há muito, e seguem vertendo plasma.

Me sinto incomodada, sozinha, abandonada e até culpada por deixar os personagens, de não poder interferir para ajudá-los.

Sinceramente, um trabalho fenomenal. Jenny Tinghui Zhang, uau. Não tenho mais palavras, há um nó na minha garganta, um nevoeiro na minha mente e cansaço em meus dedos. É um livro devastador.

Carol2638 03/06/2024

Denuncia, protesto , porem cansativo
É nítido que é um protesto, dar a voz à todos os chineses que sofreram de alguma forma pelos norte-americanos durante a imigração, muitos por vontade própria; outros sequestrados pra trabalhar de forma escravizada. É bem valido, me mostrou situações que eu sequer sabia que tinham acontecido. Nesse ponto defenderei a autora com unhas e dentes.
Mas, eu estava esperando (expectativa que só a gente cria kkkkkk) ser uma história feliz. No entanto, se tornou pesada, triste, cansativa e que causou mt apreensão por tudo que a Daiyu estava passando. Demorei muitos meses para termina-la por conta disso.
Talvez eu não esteja no meu melhor momento para livros nessa vibe, o que pode ter influenciado na minha avaliação.
Mas, para quem ta afim de sofrer, é o livro certo!
Ou quem quiser entender como que os chineses sofreram com os norte-americanos, também é válido!
No mais, passa correndo!

Cintia.Brito 02/06/2024

Então...
Não sei mto bem se o livro eh arrastado ou eu que me arrastei pra terminar (ou os dois). No começo era a agonia de saber que teria gatilho de abuso a qualquer momento então ja iniciei a leitura com a possibilidade de abandonar a depender do enredo.. e fui seguindo.. um pedaço de cada vez.. num dia que não tinha mto oq fazer.. as paginas de gatilhos passaram e o enredo seguiu sem mta agonia no juizo. Acho que da pra dizer q foi um livro que não prendeu minha atenção e por isso pareceu até extenso demais. Terminei já sabendo que a historia provavelmente ia seguir até o final no msmo clima e um desfecho sem grandes novidades. Pois então.. foi bem isso!

Rosi128 29/05/2024

Histórico.
Um livro que mostra injustiças de maneira detalhada, tristeza, realidade exposta de maneira visceral.

@estantedamarcia 29/05/2024

História que fica martelando na nossa cabeça após o seu fim.
Um drama muito forte, com contextualização histórica e com a divisão das partes (vidas) rememorando o título.
Uma história embasada em fatos reais, muito bem construídos.
Não se engane, com a capa bonitinha, que lembra um livro infantojuvenil, pois esse livro trata temas pesados e complexos.
A autora Jenny Tinghui Zhang, nos conta a jornada de vida de uma garota chamada Dayu, uma menina que viveu no final do século 18 na China. E nessa história ela vive quatro vidas, que muda drasticamente quando seus pais ?desaparecem ?. E começa todo o seu calvário em busca de liberdade.
Fiquei angustiada com as 4 vidas de Daiyu , imaginando quantas crianças passaram em situações semelhantes.
Torci o tempo todo para que ela conseguisse ser ela mesma, sem subterfúgios.

KD.leitura 27/05/2024

Leitura comovente!!
A história de Daiyu é muito comovente!!
Quando pequena foi enviada por sua avó para uma outra cidade após o sumiço inexplicado de seus pais.
Dayiu se vê na rua, com fome, sem um teto, sem uma família, sem nada e então se transforma em Feng para poder trabalhar e ter um pouco de sustento.
Feng então é sequestrado e enviado aos EUA em condições inimagináveis... Daiyu se transforma novamente e muda de identidade para Peony. Vendida para um bordel, onde conhece seu primeiro cliente que a ajuda a fugir para outra cidade, em busca de liberdade e atrás da esperança de poder voltar de volta à China.
Daiyu foge para Idaho e passa a ser Jacob Li, conhece então outros chineses, que lhe oferecem emprego e neles, Daiyu encontra um pouco de acalento e companheirismo.
Daiyu carrega consigo o peso de seu nome, que vem de uma heroína folclórica - Lim Daiyu, que teve uma vida trágica. O espírito de Lim passa a acompanhar Daiyu, os destino das duas já estava escrito!!!

Uma leitura fluída, comovente e marcante!! Uma aventura de 4 vidas em meio a um contexto histórico, onde a luta pelo pertencer é o ponto principal desta história.

"Na caligrafia como na vida não retocamos pinceladas "

Ana Claudia 26/05/2024

Impactante, triste e linda!!
Dayiu e suas quatro vidas

Dayiu é uma criança que mora com sua avó porque seus pais foram embora sem muitas explicações. Ela não gosta do seu nome por causa da trágica história de uma heroína folclórica, Lim Dayiu. Sua avó a expulsa de casa por conta de que seus pais foram embora e Dayiu se vê sozinha na rua

Em Zhufi, ela anda pelas ruas suja, com fome, maltrapilha e sem ter onde dormir. Como menina ela não pode procurar emprego. Então ela se transforma em Feng, o órgão. Ele sai a procura de emprego, mas todos a rejeitam. Conhece Wang, um senhor que ensina a arte da caligrafia. Ele a recebe em sua casa, ensina a caligrafia em troca de Feng limpar as escadarias da casa. Em um dia que ela sai para comprar algumas coisas, Feng é sequestrado e levado para São Francisco, nos EUA.

Nos EUA, mais uma vez Dayiu muda de identidade. Agora ela é Peong e é vendida para um bordel sob o comando de Madame Lee. Lá ela conhece seu primeiro cliente, Samuel, que a ajuda a fugir de lá com outra identidade para outra cidade.

Em Idaho, Dayiu é Jacob Li. Ele consegue um emprego em uma loja de chineses e passa a trabalhar para Lum e Nam. Também conhece Nelson a quem ela se sente segura, mas não a pouco de contar a sua verdade. Mas o ódio dos americanos muda tudo novamente os levando a um caminho sem volta.

Acredito que nas quatro vidas de Dayiu, por mais que ela tenha sofrido e passado por situações conturbadas de perigo, o espírito de Lim Dayiu esteve com ela guiando, aconselhando e protegendo, mas ainda assim, Dayiu não teve como fugir do seu destino: a morte!

Linda história como eu já imaginava que fosse!! A escrita da autora é muito fluida e com contextos históricos bastante interessantes como a Lei da exclusão dos EUA. Eu amei conhecer a Dayiu!

Du Boffo 26/05/2024

Na caligrafia, como na vida, não retocamos pinceladas [?]
[?] Devemos aceitar que o que está feito está feito.


Um livro duro, repleto de gatilhos e dores. ?

Ao começar a ler e perceber a complexidade da história, eu até pensei em desistir. Herdeiras do mar já havia me desestruturado e eu não queria sofrer novamente.

Mas apesar da triste história, eu percebi que aqui o ponto principal seria o pertencimento e não o sofrimento da nossa protagonista. E foi justamente o que eu encontrei do início ao fim? que a força para sermos nós mesmos está dentro de cada um? essa é a tal unificação que Daiyu tanto procurava.

Seja pela força de Daiyu, Feng, Peony ou Jacob Li, as pinceladas da nossa guerreira eram únicas? a sua caligrafia era pessoal, precisa e intransferível.

Assim como para cada pessoa?
Somos nós que precisamos lidar com as intensidades da caligrafia da vida.
Outros podem até vir e borrar a sua escrita, tornando-a suja permanentemente. Mas o espaço seguinte permanece em branco, permitindo carácteres novos que só você pode criar.

A lição de casa é para que não permitamos que um traço fora do eixo modifique o rumo de toda uma trajetória.
Faça desse traço uma ?perna? para um (novo) recomeço.

mariaf.skumagai 25/05/2024

Daiyu
Primeiro ponto importante é informar que o livro apresenta gatilhos!!

A história é muito triste, do início ao fim, e ao longo da história em inúmeros momentos tive certeza de que tudo ia melhorar e ficar bem! Que Daiyu conseguiria ser novamente ela, sem precisar ser Feng, Peony, Jacob Li, e que conseguiria atingir seu sonho não só de voltar para a China, mas de reencontrar sua avó e ser uma calígrafa.
Apesar de desejar ter um final diferente, o final escolhido pela autora mostra a mais pura realidade, que o ódio, a xenofobia, a intolerância acaba com sonhos, vidas e se perpetuam até serem novamente ?justificadas? para continuarem oprimindo.
A força de Daiyu até o final é linda, que não foi salva por ninguém a não ser por si mesma! E que pode por fim, de certa forma, escolher quem seria e qual o seu destino. Mesmo sendo enforcada, ela estabeleceu seu destino ao reconhecer e ao dizer quem era!!

Dri 22/05/2024

É um livro muito bem escrito, poético até, mas triste. Acompanhamos a vida da jovem Daiyu, chinesa, traficada para o Estados Unidos no final do século XIX. Sua vida é feita de coragem, resiliência e até um pouco de fantasia, em meio à sua luta pela sobrevivência e pelo direito à sua própria identidade. Um dos melhores livros contemporâneos que já li, de uma qualidade e beleza narrativas impressionantes, triste e inesquecível. Daiyu me ensinou muito e vai permanecer comigo por muito tempo.

Vívian M. 20/05/2024

As dores de Daiyu
Essa foi uma das histórias mais tristes que já li. Do começo ao fim retrata o ódio do ser humano ao outro simplesmente por achá-lo menos. A personagem sofreu pelas mãos de outros por ser órfã, por ser mulher, por ser estrangeira...É um ciclo de dor muito grande na vida de uma jovem que infelizmente retrata muito do que vemos ainda hoje na sociedade.

gabsamy 19/05/2024

As quatro vidas de Daiyu
Resumo do livro (tem muitos gatilhos)

Parte 1

- A história começa em 1882
- Daiyu cresceu numa vila no interior da China com os pais e a avó
- Quando tinha por volta dos 12/13 anos os pais dela sumiram e descobriram que eles foram presos. A avó, com medo que Daiyu fosse levada também, manda ela para Zhifu para que ela consiga um emprego.
- Ela não consegue e fica perambulando pela cidade por um tempo até encontrar o mestre Wang, professor de caligrafia. Ela passa a morar na escola dele em troca de faxina.
- Com o tempo, ele também ensina caligrafia a ela.
- Um dia, andando pelo litoral, Daiyu é levada por um homem chamado Jasper que a convence a segui-lo em troca de um prato de lámen.
- Ela é sequestrada e mantida presa por mais de 1 ano e, durante esse tempo, ensinam inglês a ela.
- O intuito é levada para São Francisco, e ela vai amarrada e escondida dentro de um barril de carvão.

Parte 2

- Ela chega em Chinatown e é vendida para um bordel
- Após 1 mês lá, a dona diz que ela deve começar a se deitar com os homens para pagar todo "investimento" que foi feito nela;
- Daiyu conhece Samuel, seu primeiro cliente. Como o pai dele ajuda nos negócios do bordel, ela é entregue como um presente e de graça
- Todas as noites Samuel vai ao encontro dela, mas não acontece nada entre os dois, apenas conversam (teve uma primeira tentativa, mas não foi até o fim)
- Insatisfeita com a situação, a dona do bordel declara que ela deve se encontrar com homens que pagam
- Daiyu conta a situação à Samuel e pede pra fugir com ele
- o plano dá certo e eles vão para Idaho
- Após chegar em um alojamento, ela é abus@da por um homem e Samuel não faz nada para impedir;
- A menina decide seguir caminho sozinha depois disso.

Parte 3

- A terceira parte se passa em 1885, na cidade de Pierce;
- Daiyu, sob a identidade de Jacob Li, começa a trabalhar numa loja de variedades, contratada por Lum e Nam;
- Lá, ela conhece Nelson, por quem se sente atraída;
- Acontecem vários atos de vandalismo e agressão na loja e em outros lugares do país contra os chineses;
- O dono de uma loja em frente à que Daiuy trabalha começou a perder movimento enquanto a dela prospera;
- Daiyu conta uma meia verdade à Nelson sobre sua família, e ele entra em contato com um amigo que pode ajudar a descobrir o que aconteceu a eles;
- Ela e Nelson se reúnem com William, o amigo, que descobre que os pais dela morreram por fazerem parte de uma resistência;
- Daiyu descobre que Nelson namora escondido e fica magoada;
- Daiyu quer entrar nessa resistência que ajuda chineses a saírem do país e a desmontar esquema de tráfico de pessoas.

Parte 4

- Daiyu, Lum, Nam e Nelson fazem uma comemoram o Festival da Lua na loja, com fogos de artifício e bebida:
- Eles são acordados de manhã pelo xerife, que os acusa da morte de Terry, o dono da loja em frente a deles;
- Todos são levados para a cadeia e, durante a audiência com presença de supostas testemunhas, os 4 serão levados a outra cidade para o julgamento;
- No meio do caminho até a cidade, o carro em que eles estão é abordado por homens, que levam os 4. O xerife não faz nada para impedi;
- Os homens que os levaram são os que agrediram Nam e vandalizaram a loja;
- Nam e Lum são t0rturados com enforcamento até alguém confessar o crime;
- Os dois confessaram, mesmo não sendo culpados, para tentar livrar os outros, mas não funciona;
- Todos são enforcados, inclusive Daiyu;
- Em 1896, os ossos dos chineses que foram mortos nos EUA são levados por embarcações até a China;
- Uma idosa, que dá a entender ser a avó de Daiyu, vai até Zhifu procurar por ela.

O livro é triste do início ao fim, fiquei mal com o final ?

Armele 17/05/2024

É um romance histórico que conta um pouco do que foi o preconceito contra os Chineses nos Estados Unidos. Temas delicados e descrições de cenas muito fortes, ele é bem escrito, o final destruiu meu coração! Mas essa edição infelizmente me deu um desconforto pois senti falta dos travessões nos diálogos, entretanto valeu a pena ler até o final!

Juliana1371 16/05/2024

Li antes de dormir e não dormi mais :)
Simplesmente DEVOREI esse livro. Que história envolvente, marcante, dura, emocionante e muitos outros adjetivos. Que dor ouvir cada relato de cada uma de suas vida, ver cada adaptação que precisou fazer. Nunca me senti tão próxima da cultura chinesa. Esse livro é um belíssimo trabalho, fazia tempo que um final de livro me deixava boquiaberta como este.

Maria13268 13/05/2024

Amei
Gostaria de outro final!A estória de uma mulher guerreira!Fico pensando quantas pessoas são trafica das e ninguém fica sabendo ??