Klivia 27/05/2024
Tinha grandes expectativas para esse segundo livro e ele não me decepcionou! Adoro a temática da fama, segundas chances, amizades e recomeços.
A escrita dessa autora é realmente fluida; iniciei e terminei a leitura em uma tarde, e foi uma forma deliciosa de finalizar o meu domingo. A criação dos personagens é excelente, com personalidades distintas e realistas. Eles são pessoas sujeitas a erros, e a história captura bem a vergonha alheia que é viver, correr riscos e se desafiar.
Mesmo em poucas páginas, a autora consegue criar um background reforçado sobre a história dos personagens, transmitindo a emoção e a conexão necessária para aproveitar a narrativa. A alternância entre passado e presente são bem colocadas, com uma linha do tempo que faz sentido e causa impacto na história.
Kathleen, a protagonista, é incrível. No auge da fama, ela cometeu o pior erro possível: agiu como um ser humano. Perdeu sua carreira por uma injustiça, mas agora tem uma nova chance de recomeçar. É emocionante acompanhar esse renascimento dela como Kathleen, e não a Rose, fabricada pela indústria. Ver ela enfrentar suas inseguranças após tantos anos fora dos holofotes, mais velha e se esforçar por algo que ama e merece é inspirador.
Também temos um par romântico maravilhoso, um verdadeiro enemies to lovers, onde apenas ela esteve no "enemies" enquanto ele sempre esteve no "lovers". No início, senti muita raiva dele pela sua responsabilidade no declínio da carreira de Rose, mas, ao conhecer a história ligada ao passado deles, consegui entender seu lado e suas atitudes.
A presença da amiga Harriet também é um ponto chave da história. A dinâmica entre esse trio de amizade foi ótima até o meio do livro. No entanto, juro, se teve um ponto negativo na história foi esse conflito entre Harriet e Kathleen. Achei totalmente descabido a forma que foi colocado, essa situação poderia ter sido trabalhada de forma mais convincente, mas, fora isso, a leitura foi muito agradável.
Lendo este livro, e agora com uma idade um pouco mais avançada, percebo como é real: nossas inseguranças e medos não desaparecem com a idade. Cobrar de um adulto um comportamento coerente com sua idade se torna volúvel, porque na maioria das vezes avançamos no tempo sem ter a mínima ideia do que fazer. Isso me lembra que pessoas mais velhas também estão vivendo a vida pela primeira vez, também são passíveis de erros, também estão buscando sua felicidade e ainda têm tempo para recomeçar.