Flávia Menezes 28/07/2023
?1a REGRA DA MÁGICA: SEJA SEMPRE O MAIS ESPERTO DA SALA.
?A mágica mortal: Uma aventura do Esquadrão Zero? acaba de ser lançado, e é o primeiro livro infantojuvenil do escritor e roteirista brasileiro Raphael Montes, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria de Romance e Entretenimento em 2019, pelo seu romance ?Uma Mulher no Escuro?.
Esse é o meu primeiro contato com a escrita do autor, e eu confesso que estava tão empolgada com o lançamento desse livro, que não tive a menor maturidade para degustar essa história, e acabei foi devorando! ??
Porém (e já partindo em minha defesa!), quero dizer que muito embora este seja um livro feito para um público mais jovem, quem é que não gosta de uma boa mágica ou truque de ilusionismo?
Eu não sei você, mas eu sou completamente apaixonada desde os tempos de grandes mágicos como David Copperfield, até os filmes ?Truque de Mestre? que contou com grandes nomes em seu elenco, tais como do consagrado Morgan Freeman, Mark Ruffalo (o Hulk!), Woody Harrelson, Jesse Eisenberg e Dave Franco. E tenho que dizer que o Raphael não deixou nada a desejar ao trazer a beleza desse universo de magia, onde um homem comum, é capaz de enganar os nossos olhos, nos fascinando com seus truques e muitos segredos.
A narrativa é ágil, fluida e de escrita e diálogos tão simples, que em um momento abrimos o livro, e sem perceber, logo nos damos conta que chegamos ao meio da história sem sequer sentir o tempo passar.
Apesar de ser bem aquele estilo de escrita mais moderno, que não se preocupa muito em se aprofundar na personalidade dos personagens e em descrever situações ou lugares com uma riqueza de detalhes, o autor ?nos pega? tão facilmente pela diversão, e ficamos tão presos pelos acontecimentos, que cresce espontaneamente em nós essa necessidade de seguir esses adolescentes do Esquadrão Zero, formado por 4 amigos (dois meninos, e duas meninas que são irmãs gêmeas), e de ajudá-los a desvendar quem é o verdadeiro culpado pelos crimes que estão acontecendo nessa cidadezinha chamada Monte Azul.
Por eu mesma ter uma irmã gêmea, confesso que me diverti ainda mais vendo esse universo que me é tão familiar vivido pelas gêmeas idênticas Analu e Miloca, assim como também criei uma empatia instantânea pelos meninos Pedro e Pipa.
E quanto ao núcleo dos mágicos, Raphael desenvolveu com tanto cuidado, que existe uma diversidade que nos faz pensar em todos os grandes nomes dos famosos mágicos e ilusionistas que já acompanhamos, seja pela televisão, ou mesmo em algum parque de diversão ou circo que visitamos no passado. Ai que gostinho de infância que me deu acompanhar cada um deles!
Já o vilão dessa história, eu confesso que eu o visualizava como o Jango, o hipnotizador do manga/anime ?One Piece?, que é o cruzamento entre Michael Jackson e Steve Tyler, e só posso dizer que isso o tornou ainda mais interessante e divertido!
Mas tem coisa melhor do que uma boa história de vilão e mocinhos, cheia de aventuras, e daquela amizade adolescente que nunca mais será igual quando amadurecemos, e onde ainda acontece o despertar das primeiras paixões? Eu acho que não! E o Raphael conseguiu reunir todas essas fórmulas mágicas aqui dentro, misturando ao encantamento do mundo da mágica, e o resultado só poderia ser essa história fascinante de muito suspense, emoções, e lugares mágicos onde esse espetáculo da trama acontece.
Claro que algumas coisas eu senti que não foram tão bem desenvolvidas, como a questão das justificativas para o comportamento psicopata (nem acho que ele era psicopata) do assassino, assim como algumas das falas do dono do parque e da delegada durante a história foram um pouco sem sentido para mim (não vou me estender aqui, para não dar spoilers), mas a verdade é que isso tudo se perde no meio de toda a diversão, e daí....nem lembramos mais!
Eu só sei que essa história me deixou tão empolgada, que quando eu comecei a ler, quase que varei a madrugada só para terminar logo de tão curiosa que eu fiquei de descobrir quem era o assassino (que, é claro, eu não descobri mesmo! Pensei em todas as possibilidades, até no orangotango!). Ah! E não posso esquecer de dizer, mas o plot twist desse livro... foi muito bem escrito e desenvolvido!
Acho que todos nós precisamos de uma folguinha das nossas vidas adultas tão cheias de responsabilidades e preocupações para nos aventurar em uma história leve, onde nos sentimos de novo como jovens adolescentes, e poder se entregar em uma aventura tão empolgante, que nem sequer vemos as horas passarem!
Só espero que o Raphael não pare por aqui, e escreva mais histórias infantojuvenis. Porque depois dessa, eu certamente lerei todas elas!
P.S.: já que o Raphael Montes é fã do King, claro que esse, assim como o King fez com ?Joyland?, é um livro bem água com açúcar perto dos seus romances policiais cheios de mortes impiedosas e muito sangue! Sendo assim, pra quem (assim como eu!) tem medo dessa violência toda que associamos ao nome desse autor, esse é o livro perfeito dele pra ler! ?