Resenhas - Cleopatra and Frankenstein

mari 07/12/2022

só amor não é suficiente!
Foi comentado bastante sobre esse livro que me deu uma vontade imensa de ler ele. E ele cumpre o que foi falado, é uma história que não tem grandes acontecimentos, é apenas uma história de duas pessoas e daquelas que estão no seu ciclo de relações. É simples mas tão conectada e complexa, é uma parte do ser humano.
Primeiro foi apresentado a Cleo e o Frank, cleopatra e frankenstein para os mais próximos, e eles começaram lindamente. Mas como tudo que acontece na vida, as coisas mudaram.
Depois é apresentado vários outros personagens, com eles contando os seus povs, alguns contando algo da cleo e do frank, outros não.
Acredito que é um livro que fala que as pessoas são muito mais do que aparentam e foi interessante ler ele, vou passar um bom tempo refletindo sobre e espero que vocês deem uma chance.

Ronan 19/11/2022

“Do you know the word humiliate comes from the Latin root humus, which means ‘earth’? That’s how love is supposed to feel.”
“Like hummus?”
“Like earth. It grounds you. All this nonsense about love being a drug, making you feel high, that’s not real. It should hold you like the earth.”

É um livro muito bom, mas fiquei um pouco receoso com alguns pontos da história...

Rodolfo_Domingos 07/11/2022

Somos todos estrangeiros nesta vida.
Somos todos estrangeiros neste mundo. E o círculo de personagens concentrados em "Cleo & Frank" fala muito sobre estar perdido na vida. E que a maioria de nós não sabe exatamente pra onde está indo. E que privilégios não são tudo na vida. E nem garantem que teremos estabilidade, amor, sucesso ou uma direção. Este livro é BRILHANTE!

Julia 10/10/2022

nem o plot com potencial salva essa escrita cansada
aleluia finalmente terminei. que livro horrível, nao entendo como tanta gente gosta. um personagem pior que o outro. um plot pior q o outro. tanta coisa q foi comentada nos primeiros capítulos foi 100% esquecida durante os próximos. a premissa do livro tinha potencial mas que livro mal escrito cruz credo

patricia 25/09/2022

decepcionante
esperava muito mais. história arrastada, não flui de jeito nenhum. os personagens são chatos e rasos. a autora claramente se leva a sério demais, e acaba sendo muita pretensão pra pouco conteúdo, sabe?

tem uns diálogos que ela deve ter achado super quirky e witty, mas que são muito risíveis. em um momento a protagonista diz ?a really good friend wouldn?t feel the need to point out what a good friend he was being to her all the time? e foi exatamente esse o meu sentimento lendo as partes em que eles falavam sobre como eles eram traumatizados pelas famílias etc, porque nada sobre eles me passava que estavam realmente sentindo o que diziam estar sentindo, apesar de falarem o tempo todo sobre isso. enfim, ruim

vi umas pessoas comparando com a sally rooney, mas não tem absolutamente NADA a ver. chato y chato.

Julia.Koepp 07/09/2022

Ja mudei varias vezes a nota
Minha primeira resenha!

Comecei super na expectativa porque achei que seria que nem Sally Rooney? mas não é. Falta muito pra ser mas isso não quer dizer que não gostei.

O livro é todo cheio de referências pop ou artísticas e isso me incomodou um pouco, porque parece que é feito só para um tipo de leitor.

A historia tem um ritmo legal, bastante envolvente, apesar de ser em diferentes povs. Praticamente todos os personagens são péssimos, pessoas chatas ou apenas ruins mesmo - alguns sem profundidade nenhuma.

Eu terminei e dei 3,5 e ai fiquei pensando muito no livro, e mudei para 4,5! E por fim resolvi baixar para 4 - achei mais justo.

É um livro bom e que eu curti todo o processo da leitura, mas não é para qualquer um. Não me emocionou como eu esperava, mas foi um bom passatempo!

Fernanda 19/07/2022

?When the darkest part of you meets the darkest part of me?
Eu sinto muito pelas pessoas que começaram a ler esse livro e desistiram nos primeiros capítulos. Eu entendo? as primeiras cenas parecem aleatórias e um tanto ridículas e de um primeiro encontro forçado de dois personagens antipáticos, somos jogados direto pra um noivado. E essa coisa de Cleopatra e Frankstein não me desce nada.

Mas esse livro merece paciência e insistência, caso você goste de histórias sem grandes acontecimentos, com personagens privilegiados mais ou menos agradáveis (mas verdadeiros) lidando com a vida e seus traumas. Porque o que parece ser uma história construída em cima de personalidades arquetípicas e artificiais acaba se transformando em um retrato lindo, pra mim, da ambivalência das relações.

Acontece que depois desse noivado, nós acompanhamos o desenrolar da história do casal a partir da perspectiva de vários personagens diferentes. Assim, em cada capítulo um narrador onisciente parece mergulhar nessas subjetividades de uma forma muito bonita, ao mesmo tempo em que (méritos à autora) amarra pedaços da história do casal.

A autora constrói passagens lindas, carregadas de afetos, e personagens surpreendentes (alguns chatinhos também). Destaque principalmente pra Eleanor. E, sim, a história é arrastada mesmo, como todos os livros de histórias sem grandes acontecimentos com person? etc etc etc. A propósito, são exatamente os capítulos que devem ser mais ?chatos? pra algumas pessoas que são os mais bonitos, que mostram a habilidade da autora de retratar essa ambivalência, como o capítulo incrível da briga da Cleo e do Frank na cabana.

O livro é o romance debut da autora Coco Mellors. Eu leria outros, então, pra mim, ta no lucro.

Beatriz 28/06/2022

eu não tenho muitas palavras exceto perfeito , mas eu entendo que não é um livro fácil de se gostar , não são personagens fáceis de se entender e de amar . Quem quiser ler vale a pena olhar os gatilhos , tem muita referência a drogas , abandono e negligência parental e menciona tentativa de suicídio .Pra quem gosta de conversations with friends , lembra bastante , a honestidade pungente da escrita e a personalidade/ações ambíguas ( logo humanas) dos personagens . O final lembra normal people mas só isso , o resto realmente é mais vibes conversations with friends . Eu só queria que eles tivessem desenvolvido mais a Zoe e o Anders. E eu sei que eu vou ficar agora perpetuamente obcecada com a ideia dos pássaros , ? Who are your five then , the ones you watch ? . Que coisa absurdamente linda meu deus venderia minha alma pra ler esse livro de novo pela primeira vez.

beca 04/06/2022

É ok.
Eu esperava mais, pra ser bem honesta. Ao mesmo tempo que eu acho que o livro encheu de ponto de vistas sem necessidade, eu achei legal conhecer mais dos personagens. Mas queria ter tido mais pov?s da Cleo. Não gostei muito dos personagens, achei a história bem arrastada, depois de um tempo fica chato de ler. Inclusive, teve um personagem que simplesmente perdeu a essência, ficou super mal desenvolvido. Eu tava muito hypada pra ler esse livro e acabei me decepcionando muito, queria ter gostado mas acontece né. Vi muitas pessoas comparando a autora com a sally rooney, e assim.. não mesmo. vai ter que se esforçar muito pra isso acontecer. esse livro é debut e muita gente gostou, mas não chega aos pés dos livros da sally (pelo menos pra mim que sou apaixonada por eles).
as duas estrelas são pelos quotes bons e pelas 2 personagens que são suportáveis no livro

Nathalia 05/05/2022

um esquilo voador, um tsunami, um monte de terra, um balde de gelo... um vaso quebrado
Cleo e Frank se conhecem e clicam logo de primeira. A garota é uma artista de 25 anos com uma vibe que me lembrou muito da Scarlett Johansson em Lost in Translation (mas eu posso estar incrivelmente errada porque faz anos que eu assisti esse filme). Enquanto isso, Frank é um publicitário de 40 e poucos anos, muito bem sucedido. Rapidamente eles começam um relacionamento e acabam se apressando em um casamento (por que o visto de estudante de Cleo, que é inglesa, acaba em seis meses). A partir daí, a gente começa a acompanhar o casamento dos dois a partir do ponto de vista do casal, mas também de algumas pessoas em volta deles: a irmã e os melhores amigos de Frank, o melhor amigo de Cleo e a nova funcionária de Frank. Dessa maneira, a gente vai conhecendo mais sobre o casal, mas também sobre todo mundo em sua volta.

Eu não sei se explicando assim eu faço jus ao livro. Mas ele é muito bom. A Coco Mellors disse que levou 7 anos pra escrever e faz sentido, sabe? Todos os personagens são muito bem escritos, muito profundos. Nos capítulos deles você sabe sobre o Frank e a Cleo pelas circunstâncias, mas eles tem um brilho muito próprio e acho que não teve um personagem que eu não gostei. Andar uma milha nos sapatos de alguém. Falei isso em um dos meus históricos de leitura e acho que esse é o acerto do livro. Eu não consigo não gostar de nenhum dos personagens depois de andar um capítulo nos sapatos deles. É uma experiência de empatia.

Tinha visto muita gente comparando com Sally Rooney mas achei bastante diferente. Ainda é bem focado no que as pessoas estão sentindo mais do que no que elas estão fazendo. Mas ainda assim, eles o que eles fazem tem mais relevância aqui do que na Sally Rooney. Todos os personagens daqui também são mais velhos do que os personagens da Sally Rooney. Eles ainda não sabem muito bem o que fazer da vida. Mas ver gente de quase 50 anos não saber o que fazer da vida é diferente de gente de 20 e poucos anos.

O livro é denso, me levou uma boa semana pra ler (o que pros meus parâmetros de leitura do último mês é muito tempo), mas a escrita é maravilhosa. Pra você sentir empatia, por pessoas que até um capítulo atrás você tava odiando, é muito óbvio que a escrita é boa. Depois de um tempo você percebe que muito do que você está sentindo, é programado pra ser assim. A autora tá escrevendo de um jeito pra te fazer sentir desse jeito. O que ao meu ver é maravilhoso. Parece até bruxaria.

Acho que sou uma amante de histórias imperfeitas porque elas são reais. E é isso que a gente tem aqui, sabe.
É isso que a gente tem aqui. A prova de que, por mais que tanto conteúdo tente mostrar o contrário, amor nem sempre é o suficiente. Assim como pra Françoise e pro Gui, Mr. Chow e Mrs. Chan, Mia e Sebastian. Mas como a própria Cleo fala no fim, me dá esperança.

É simples se você pensar. Não tinha como não ter passado pelo o que eles passaram juntos. Foi importante pra eles poderem chegar no que eles tem agora e agora eles são felizes. É a história de deixar a fita rolar que o Frank conta, só que ao contrário. Ali no meio tava horrível, até pra mim que não tem nada a ver com a vida dos dois indivíduos (que nem existem), talvez eles tenham desejado nunca ter se casado, mas deixando a fita rolar eles ficam bem, eles se encontram no mundo. Mesmo quando eu adoro um filme ou um livro sobre um casal que não fica junto, eu ainda sou uma romântica incurável.

E por falar em romance acho que chegou a hora. A hora de falar de como eu me apaixonei por um casal, mesmo sabendo que talvez não fosse o ideal, mesmo que eu tivesse torcendo por um casal 50% diferente só um capítulo antes. Eleanor. Os capítulos dela foram de alguma forma, um alívio. Sinto que se um dia eu tivesse que escrever um livro ia ser inteiro do jeito que foram os capítulos dela. Achei incrível como você consegue entender tanto sobre alguém em cenas tão pequenas. Eu tive impressão de estar dando piscadas duras e demoradas enquanto observava a vida de alguém. Como se eu estivesse com sono, mas lutando contra o fato, sabe? Achei essa imagem tão bonita.

Na verdade, adorei acompanhar a visão de todos os personagens, a forma como eles foram mostrando que tá todo mundo mal e tá tudo bem, alguns mais inesperados do que outros. Adorei a Zoe com o Jiro, o que eu achei que fosse odiar (inclusive, acho que eu sou a Zoe da minha irmã), adorei o Santiago porque acho que nunca li sobre um personagem gordo masculino (e nem em um livro que se pretende mais sério), achei muito interessante como foi tratada a questão emocional relacionada a compulsão e o impacto na auto-estima que isso causa. Até do Anders, eu gostei, até ele parecia tão apaixonado de verdade pelas palavras da Coco Mellors. Esqueci de falar do Quentin, mas acho que ele de fato foi o menos abordado, talvez se a gente tivesse mais um capítulo dele mais pro fim do livro.

Nossa, é tanta coisa pra falar ainda!

Tipo, vocês perceberam o papel de Manhattan na história? Ela é tipo uma produtora de tristeza. No fim da história, Anders foge pra Los Angeles, Cleo pra Roma e o Frank foge pro Brooklyn com uma mulher de New Jersey pra ser feliz. Vi um artigo do LA Times falando que Manhattan é construída como uma droga no livro e acho que em certa medida eu concordo. Quentin continua lá, mas ao mesmo tempo Zoe e Santiago também, e os dois estão melhores do que estavam no começo do livro (ainda que Santiago tenha escapado pra Los Angeles pra ter epifania que o leva a felicidade).

Enfim, fiquei um tanto de tempo tentando definir sobre o que esse livro é. Mas não consegui. Acho que é sobre mudança, mas talvez seja só porque elas tão tão presentes na história. Talvez seja sobre tentar. Cleo tenta encontrar uma família, Quentin tenta aceitar quem ele é, Zoe tenta encontrar propósito, Eleanor tenta encontrar sossego, Anders tenta encontrar amor, Santiago busca amor-próprio e Frank… Eu acho que no início o Frank nem sabia que ele procurava alguma coisa, mas acho que o que ele quer tá no meio de tudo isso ai, ele quer família e amor e propósito. Todo mundo está seguindo a algum lugar, mesmo que eles não saibam que estão.



Não queria terminar sem falar da Jesus. Ícone. RIP.

Talia.Moniz 04/05/2022

a muralha da idade e do dinheiro
Relacionamentos com grandes diferenças de idades e grandes diferenças económicas são tópicos muito abordados em romances, desde de sempre. A ideia da mocinha pobre e inocente que conhece o sujeito rico e arrogante é uma narrativa tão velha quanto o tempo. É o tipo de narrativa que me cativa porque me faz pensar na realidade triste dos mesmos: a criação de uma hierarquia invisível dentro de um relacionamento que deveria ser equilibrado.

Esse é o caso de "Cleopatra and Frankenstein" no qual é explorado a dinâmica de um relacionamento marcado por duas décadas de diferença entre a Cleo e o Frank, já para não falar na evidente diferença económica de ambos. Durante o livro é notável como o relacionamento deles é automaticamente afetado pela situação financeira e idade, servindo quase como uma muralha entre ambos.

Cleo e Frank se conhecem numa noite de ano novo e criam uma conexão quase que instantânea, que os faz casar impulsivamente sem se conhecerem tão bem. Isso é algo que me tocou no livro: a necessidade atual de entrar em relacionamentos, não por amor e até não por carência, mas pela necessidade de alguma excitação na vida, pela necessidade de ter algo novo, algo inédito dentro da sua vida. E é algo que faz com que ambos tenham um relacionamento tão intenso, por mais que quase não se conheçam, por mais que não se entendam onde é que se estão a meter. Ambos são seduzidos pela ideia do novo, na possibilidade de uma narrativa de romance ideal, esquecendo-se que eles não são pessoas ideais e esse não é um mundo ideal. A mesma intensidade que encontram no momento que se conhecem, os persegue, na felicidade e na tristeza, na saúde e na doença, até que se sintam presos nas muralhas que ergueram entre si.

É o tipo de narrativa para quem adora um bom romance contemporâneo estilo Sally Rooney, com personagens privilegiados sem qualquer consciência de classe cheios de traumas e muitos problemas de comunicação. Uma obra que retrata a nossa sociedade contemporânea, em como vamos entrar em aventuras apenas pela ideia da emoção que essa aventura nos vai causar.