O mapeador de ausências

O mapeador de ausências Mia Couto




Resenhas - O mapeador de ausências


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Flávia Menezes 17/09/2024

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES...
?O Mapeador de Ausências? foi publicado em novembro de 2020 em Portugal e Moçambique (e em setembro de 2021 no Brasil), e é uma obra inspirada nas memórias familiares do escritor moçambicano Mia Couto, vencedor do Prêmio Camões de 2013 (além de ser o único integrante africano da Academia Brasileira de Letras, e um dos maiores nomes da literatura contemporânea em língua portuguesa e da literatura africana), abordando dois momentos históricos do seu país: a Guerra de Independência nos anos 1970, e a devastação provocada pelo ciclone tropical Idai em 2019.

Mia é formado em Biologia, e abandonou a faculdade de Medicina para trabalhar como jornalista na antiga Lourenço Marques (que atualmente é chamada de Maputo), a capital de Moçambique. E é exatamente em Maputo que reside o prestigiado escritor Diogo, o narrador-protagonista desta história, que faz uma viagem à Beira, sua cidade natal, onde entre eventos em sua homenagem e reencontro com conhecidos, decide por revirar o passado do seu pai, um jornalista e poeta português.

Por meio de documentos, relatos, cartas e diários antigos, Diogo nos leva a meio século atrás 1973, momento de luta para a independência de Moçambique de Portugal), onde acompanhamos juntamente com o narrador a descoberta das atrocidades cometidas pelo governo lusitano na então colônia africana, que foram reveladas por seu pai.

Entre o presente (março de 2019, momentos antes do ciclone tropical Idai, o mais poderoso dos últimos anos, passar por grande parte do país africano deixando duras marcas da sua devastação), e passado, vamos acompanhando esse dueto temporal, sentindo a essência da literatura de Mia Couto: sua prosa poética, a valorização da cultura e da história moçambicanas, a produção de narrativas ancoradas no realismo fantástico, na fantasia e no sobrenatural, e da denúncia do racismo e da violência vivenciadas no período colonial.

Mas apesar de toda a beleza de sua prosa poética, além da importância de como Mia nos apresenta os fatos históricos e políticos do seu país, todo esse jogo de palavras, de revela mais esconde, que até me fizeram lembrar das músicas brasileiras produzidas no período da ditadura, senti como se muita coisa ficasse excessivamente nas entrelinhas.

Confesso que em alguns momentos, essa narrativa mais pautada no que é dito mais do que nos mostrar (o que por si só já nos leva a questionar a veracidade dos fatos), tornava a leitura menos fluída, e bastante cansativa. No final, eu já não via a hora dessa história toda terminar, porque sentia como se naquelas linhas houvesse tantas ?mensagens subliminares? que começou a me desinteressar de tentar entender.

Apesar de toda a apresentação dos documentos e relatos cheios de histórias comoventes, a montagem desse quebra-cabeça trouxe tantas contradições (que em muitas partes preciso dizer que sequer eu consegui entender o que o autor quis dizer), como no caso de quando Diogo modifica seu discurso sobre o que o motivou a fazer essa viagem, que (para mim!) o título até mesmo perdeu o seu brilho.

Muito embora os dados e fatos tenham sido agrupados e a verdade (embora não toda) tivesse aparentemente sido revelada, senti como se nada tivesse realmente alcançado um objetivo, e essas ausências sequer tenham tido um sentido.

Mas enfim... essa foi a minha primeira experiência com a obra de Mia Couto, e mais uma vez só posso agradecer ao meu parceiro de LC, Fábio Nunes, por me permitir entrar na sua leitura, e me ajudar a compreender os pormenores dessa narrativa (que sem você, jamais teria conseguido!). Mais uma vez: meu muito obrigada, especialmente pelos podcasts tão ricos! Sempre é um grande prazer ler com você, meu amigo!
Fabio.Nunes 17/09/2024minha estante
Resenha perfeita. Definitiva. Como sempre, todo o primor da sua escrita se mostra. Obrigado pela companhia!


Flávia Menezes 17/09/2024minha estante
Palavras generosas de um resenhista extraordinário! Fico lisonjeada e feliz por mais essa LC fantástica! ???


Ana Sá 18/09/2024minha estante
Flávia, eu já li 2 romances do Mia e alguns contos, gosto dele, mas tb me canso às vzs...

"O mapeador..." eu sempre tive preguiça de ler pq minha intuição dizia que nele o autor tenderia mais pra esse lirismo enigmático que você descreve. Pois depois da sua ótima resenha, não vou mesmo me dar ao trabalho de conhecer o mapeador! rs

O livro dele que priorizei pelo teor das críticas foi "O último voo do Flamingo" (fiz resenha aqui) e foi este o que me agradou mais! Ali Mia não tem medo de ser bem-humorado, achei que funcionou melhor!

Adorei ver suas impressões sobre um exemplar da literatura moçambicana! :)


Flávia Menezes 18/09/2024minha estante
Ana, amiga!!! Que bom ler esse seu comentário (e obrigada pelas palavras carinhosas e muito generosas!! ?)! Você que é uma conhecedora dessas literaturas, sabe beeem do que estou falando, e eu já anotei aqui meu próximo do Mia, até porque estou louca pra ver sua resenha sobre ele!!!! ?
Foi uma experiência e tanto, e ainda bem que tive ajuda, porque amiga?. Ele não é fácil não! ?

Obs.: que bom te ver por aqui! Saudades demais das nossas conversas! Essa vida corrida está sendo muito exaustiva nos últimos, mas quero poder estar mais ativa aqui e te mandar uns podscats! ?


Regis 18/09/2024minha estante
Gostei de suas impressões sobre o livro, Flávia, mas infelizmente essa é uma leitura que não pretendo fazer. Estava em minha lista, mas agora não pretendo conferir. Confio em você o suficiente para saber que esse livro não é para mim. ?


Flávia Menezes 19/09/2024minha estante
Ah minha querida Régis, ler isso fez meu dia infinitamente melhor!!! ? E amiga, essa confiança é recíproca porque se você desgostar de algo? largo de lado igual! ?
Ainda quero ler outro livro dele, mas confesso que esse não foi ruim? mas ficou inacabado pra mim. ?


Regis 19/09/2024minha estante
Também fiquei muito feliz em saber que tenho sua confiança, amiga! ??


Flávia Menezes 19/09/2024minha estante
E tem mesmo!! ???




Fabio.Nunes 17/09/2024

Bom, com ressalvas
O mapeador de ausências - Mia Couto
Editora: Cia das letras, 2021

Esta foi minha primeira experiência com esse escritor moçambicano, e meu veredito é confuso.
Foi uma experiência literária de altos e baixos numa obra de inspiração autobiográfica, onde o autor, por meio de sua própria história, traz à tona a história das guerras de independência de Moçambique (década de 70 do século XX).
A escolha de enredo muito me instigou, afinal, saber de um período histórico de um país por meio de um romance é sempre mais agradável do que a crueza de textos acadêmicos cheios de dados historiográficos.
No espaço da ficção, somos apresentados a Diogo Santiago, poeta, professor de literatura e filho do famoso poeta Adriano Santiago, que esteve indiretamente envolvido nas lutas pela independência de seu país da dominação colonial portuguesa. Diogo, no presente, encontra-se na sua cidade natal com Liana, uma personagem um tanto intrigante e duvidosa, com quem obtém documentos secretos da polícia política da época (a PIDE). Por meio desses documentos passa a ter uma nova visão sobre seu passado e o passado de seu país.
Mesclando presente e passado, Mia Couto vai formando um quebra-cabeças onde a ficção vai tomando forma, enquanto aborda temas difíceis como o racismo, perseguições políticas, execuções, desigualdade; tudo isso sem a pretensão de esgotamento, mas claro o suficiente para entendermos o panorama histórico.
Portanto, como romance histórico este é até um livro interessante, já que foi escrito por um poeta sem a intenção de exercer a função de historiador. Meu problema se deu mais com a construção da ficção.
A apresentação desse suposto dossiê de documentos da PIDE sobre a família de Diogo afetou fortemente minha suspensão de descrença. Ao longo da leitura eu comecei a duvidar da coerência da própria ficção, desconfiando que o autor forçou a estrutura narrativa para inserir textos esparsos (de grande inspiração, entretanto).
Além disso, todas as personagens me pareceram iguais, meras cópias de Adriano e Diogo, dificultando ainda mais minha ligação com a obra.
Uma das coisas que acabou me incomodando também foram os excessos do autor em tentar deixar as revelações nas entrelinhas, nas sutilezas, o que dificultou minha compreensão em alguns momentos. Essa técnica de dizer sem falar é maravilhosa, mas tem seus riscos quando flerta com a fronteira da compreensão do leitor.
Mas a despeito dessas críticas, tenho que admitir que Mia Couto tem uma escrita de beleza não trivial, impactante em alguns momentos, e que o processo de leitura não foi necessariamente árduo.
Com certeza lerei algo mais dele.
Agradecimentos especiais à amiga Flávia Menezes por mais essa parceria de leitura, recheada de comentários críticos de ambas as partes e um certo quinhão de sofrimento literário. Dessa vez nem teve muita graça (rsrs): não divergimos em quase nada, tanto nos pontos negativos quanto nos positivos da obra.


“Sou professor de literatura, o meu universo é pequeno, mas infinito. A poesia não é um gênero literário, é um idioma anterior a todas as palavras.”

“Eis a minha doença: não me restam lembranças, tenho apenas sonhos. Sou um Inventor de esquecimentos.”

“E agora os gestos dele habitam-me as mãos que, ilusoriamente, penso serem minhas. Por causa dessa impossível ausência não aprendi nunca a ter saudade. Ou melhor, tenho saudades do meu pai apenas quando a mim mesmo me falto.”

“Em África não há distâncias. Há apenas profundezas.”

“Não desenterres o passado.
Podes encontrar um futuro morto.”

“Capitine foi enunciando as razões do seu orgulho. Usava o termo "prisão" em português. Não havia na sua língua palavra equivalente. Era o primeiro da sua aldeia a dormir numa casa de cimento. Os brancos serviam-lhe água e refeições num prato limpo e com talheres lavados. À noite vinham ver se estava bem. Queriam tanto a sua companhia que fechavam a porta à chave.”

“Se derem atenção aos pretos, eles desatam a contar-vos histórias e acontece como nas mil e uma noites: nunca mais vocês os matam. Ainda bem que eles falam uma outra língua, disse o capitão. Se os entendêssemos, nesse mesmo momento deixariam de ser inimigos. Para os matar há que lhes vendar os olhos e fechar-lhes a boca. Foi isto que o capitão clamou os quatro ventos. Este país, minha tia, é um imenso paredão de fuzilamento.”

“_ Agora é que devo tratá-lo com distância - murmura ela.
_ Para que precisa de distância?
_ Para ter regresso.”


“Não quero o teu corpo. Quero deixar de ter o meu.”


“Agora que já posso entrar na piscina, deixou de haver piscina. Esta é a metáfora da minha vida: agora que já posso entrar, deixou de haver dentro.”

“Todas as outras mulheres deixam uma pegada funda. Grávidas ou não, elas carregam dentro delas a humanidade inteira.”
Flávia Menezes 17/09/2024minha estante
Corri pra fazer a minha resenha, só pra poder ler a sua (que está simplesmente sublime, por sinal!), e agora sim sinto que encerrei a leitura dessa história, como esse seu fechamento que me fez ter uma visão exata desse livro! Que leiturinha árdua!!!! Mas sua ajuda foi fundamental e foi o que me ajudou a não desistir (até porque ninguém mandou eu me meter na sua leitura! ?).
Mas foi ótimo, porque foi uma primeira experiência pra ambos da narrativa do Mia, e que surpresa boa (embora os debates quando divergimos sejam ótimos!!!!) ver que nossos áudios finais foram tão próximos no que pontuamos sobre a leitura. Mas uma experiência incrível! Obrigada pela paciência e companhia. ?


Fabio.Nunes 17/09/2024minha estante
Eu que agradeço mais uma vez a companhia, minha querida.


Regis 18/09/2024minha estante
Li a resenha da Flávia e vim conferir a sua, Fábio. E assim como a da Flávia, sua resenha me ajudou a deixar essa leitura para, muito, depois.


Fabio.Nunes 18/09/2024minha estante
Kkkk tente outro dele Régis. A escrita do Mia é bem bonita.


Regis 19/09/2024minha estante
Pode Deixar. Vou procurar O Voo do Flamingo que a Ana Sá indicou no comentário da resenha da Flávia, Fábio. ??


Flávia Menezes 19/09/2024minha estante
Amigaaaaa, eu ia te indicar mesmo esse!!! E vai ser o dele que vou procurar pra ler também. Embora também tenha curiosidade em um dele cujo tema é o Obama. ???


Regis 19/09/2024minha estante
Esse do Obama eu não tinha ouvido falar ainda, Flávia. Darei uma olhada. ??




Jaquelline0 13/09/2024

O livro escrito com a grafia local de Moçambique quase me fez desistir de continuar a leitura (a mente bugava vez em quando). O autor aborda guerra, romance e traços de discriminação racial que ocorriam na época. A história permeia entre o presente e o passado, em busca de preencher lacunas na vida dos personagens principais.
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badgalrere 24/07/2024

Tem partes muito boas, mas é uma leitura muitoooo poética e me perdi varias vezes. fiquei bem entediado também
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Leticia.Machado 19/07/2024

Que livro perfeito
Um romance com toques de suspense, muita contextualização histórica, valorização da escrita, literatura, poesia e memória, e uma reviravolta surpreendente. Esse livro vai falar sobre uma parte da história de Moçambique, sobre tensões e preconceito racial, sobre colonialismo, sobre memória, sobre literatura e poesia, sobre censura, sobre amor, sobre sexualidade, sobre liberdade, sobre a presença e os fardos do feminino. Poderia também dizer que o livro tem um quê fantástico em alguns momentos, coisa que pelo que pesquisei é típico da narrativa de Miau Couto, mas muito mais me pareceu algo da tradição oral e cultural da região, uma maneira típica de falar dos mais antigos que se âncora em crenças.

O título se faz compreensível ao longo da narrativa ao apresentar as várias ausências que marcam as vidas dos personagens, ausência paterna, ausência do marido, ausência da mãe, ausência de amor, ausência de liberdade, ausência de direitos. Como todas essas ausências definiram os caminhos dos personagens e daquele país.

Vi em algum lugar falando que os personagens e suas tramas eram rasos, unilaterais, sem profundidade. Crítica descabida essa, o desfecho do personagem do inspetor Campos nos mostra isso, como a complexidade dos personagens está mais do que presente e é uma camada a mais a ser interpretada na história.

Se tenho alguma crítica a fazer, não são bem críticas, alguns pontos da história não ficaram muito claros para mim, como o desfecho de Sandro e as relações que estabeleceu ao longo da vida. Ou a falta de profundidade em certos tópicos que permeiam a narrativa, mas acredito que nesse último caso, simplesmente eles não eram o ponto central da história, não havia razão para se aprofundar neles então, já que o ponto central é a memória.

A estrutura da história também merece atenção, talvez muitos não gostem(normalmente eu não gosto, mas dessa vez não me incomodou) pois ela ocorre em um tempo não linear. A narração é intercalada entre Diogo em 2019, os diários de seu pai em 1973, documentos do inspetor Campos em 1973 e também cartas e relatos dos demais personagens, transcritas ou relatadas por um dos personagens acima.

Esclarecido os pontos e características do livro, foi uma das melhores leituras que já realizei, tornou-se um dos meus favoritos facilmente. Vale a leitura e com certeza vale conhecer ainda mais do escritor moçambicano com quem tive aqui meu primeiro contato.
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Marquynhos 16/07/2024

Entre Memórias e Mistérios
O Mapeador de Ausências, de Mia Couto, é uma obra que mescla poesia e mistério para explorar as complexidades da memória e da identidade em um contexto histórico conturbado. Publicado pela Companhia das Letras em 2021, em parceria com a TAG Experiências Literárias, este romance envolvente oferece uma reflexão profunda sobre o impacto das ausências em nossas vidas.

Os pontos positivos são notáveis: a prosa exuberante de Couto, que combina elementos mágicos e realistas para criar um universo onde o passado e o presente se entrelaçam de maneira intrigante. Os personagens são vívidos e complexos, cada um carregando suas próprias histórias de perda e redenção. A ambientação rica e detalhada transporta o leitor para um cenário fascinante, permeado por mitos e tradições africanas.

Aprendi que as ausências não são apenas físicas, mas também espirituais e emocionais, deixando marcas indeléveis em nossa jornada pessoal. Couto nos leva a questionar a natureza da memória e como ela molda nossa compreensão do mundo e de nós mesmos. Além disso, o livro nos convida a explorar as conexões profundas entre os indivíduos e suas comunidades, destacando a importância de preservar e honrar nossas raízes culturais.

Em termos de pontos negativos, alguns leitores podem achar a narrativa não linear e os elementos mágicos confusos em certos momentos. No entanto, é essa mesma complexidade que enriquece a experiência de leitura, desafiando-nos a explorar camadas mais profundas da história e da condição humana.

Em resumo, O Mapeador de Ausências é uma leitura envolvente e provocativa para aqueles que apreciam uma narrativa que transcende fronteiras temporais e culturais. Recomendo este livro por sua beleza poética e por sua capacidade de nos transportar para um mundo onde as histórias perdidas encontram seu lugar no tecido da memória coletiva.
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may.reader 04/07/2024

Mia Couto tem uma narrativa poética, mesmo quando descreve acontecimentos terríveis de destruição do seu pais e do seu povo. A descoberta do passado através de documentos deixados por vários personagens que vivenciaram o período da independência de Moçambique tece uma história intrigante, humana, complexa e surpreendente. Vale a pena mergulhar nas vidas desses personagens.
As falas do autor sobre passado e perdão me pegou muito, volte meia me pego pensando nelas.
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SouDulce 18/06/2024

Tudo que não se converte em história, se afunda no tempo
Em Mapeador de Ausências de Mia Couto, acompanhamos a história de Diogo Santiago, um renomado intelectual moçambicano. Professor em Maputo ele desloca-se a sua terra natal Beira, enquanto um ciclone se aproxima, e vai em buscas das memórias de seu pai, um jornalista e poeta português.

Em essência esse é um livro de memórias, em que o personagem vive em sua infância o período colonial e o pós independência de Moçambique, agora adulto, e vai resgatando sua memória da família e desse país. Com ele, vivenciamos o terror do massacre português em Inhaminga, as atividades subversivas do pai e as histórias de vários personagens costuradas com a linguagem poética de Mia Couto.

Nesses fragmentos de memórias, o protagonista preenche esses vazios com a ajuda de Lina, uma personagem que tem acesso a esses arquivos da PIDE, a polícia política portuguesa que atuava também em Moçambique, mas ela mesma carregando uma história que a costura com o local e Portugal. É nesse enlance entre essas histórias que acompanhamos um homem a procura de arquivos, enquanto um ciclone se aproxima e pode levar com ele essas poucas frações que ele tem disponível sobre seu pai.

É um mergulho profundo sobre a história do próprio pai do autor mergulhado em muita nostalgia: quem ele foi, quem foi e é ele, o protagonista; e sobre a construção de uma país.
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Ceci 12/06/2024

"Lembrar é fazer permanecer."

O passado é o ponto de partida para a construção de um futuro melhor.
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João 11/06/2024

Vai ser difícil achar um sucessor que chegue no nível desse. Muito bom, e muito bem escrito!
É um livro denso, e acredito que teria gostado ainda mais se tivesse lido em um tempo menos ocupado
O final foi chocante
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Bruno Marcolino 31/05/2024

O Mapeador de Ausências
Primeiro livro do Mia Couto que leio. Gostei muito da escrita, da facilidade que a leitura se desenvolve. Que teia de sentimentos e personagens bem articulada. Gostei bastante e recomendo a leitura.
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Karolline.Campos 19/05/2024

Mai/2024
Uma narrativa sobre reencontro com o passado e sobre a transformação de elementos da memória para melhor apreensão de certos fatos. Gostaria, de verdade, de tecer muitos comentários sobre o que foi lido, mas confesso que por ter lido obras na mesma temática acabei não me vinculando ao enredo de forma mais incisiva. Enfim, foi uma leitura agradável...
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lauroca! 28/04/2024

Moçambique
Foi o primeiro livro moçambicano que li e achei muito legal conhecer um pouco da história desse país.
O livro é muito poético e Nos faz refletir os vale a pena ir atrás do nosso passado.
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Carlachfr 12/04/2024

Interesante
Tenho alguns livros do Mia Couto. Esse foi o primeiro que terminei de ler.
Gostei da escrita dele, um português gostoso de ler.
Confesso que pesquisei sobre os acontecimentos em Moçambique nos 70.
Quantas vidas ceifadas e famílias destruídas.
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ouniversoliteral 01/04/2024

O mapeador de ausências
O livro traz objetivos bem interessantes em relação ao passado e ao querer descobrir mais sobre ele. Mostra até que ponto é seguro procurar entender sobre. Gostei muito desse livro, porém demorei tempo demais pra ler
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