Maysena 23/04/2022
o amor é ação e não simplesmente um sentimento.
bell hoocks não gostava que o nome dela fosse escrito em maiúsculo, como forma de enfatizar, segundo ela mesmo, a substância de seus livros, não quem ela foi. o primeiro livro que li dela e que certamente irei ler outros pois o quanto este livro me marcou não sei se irei conseguir descrever em meras palavras. abriu minha mente sobre o amor, sobre vida, morte e outras coisas a mais. bell hoocks diz em tudo sobre o amor, que escolher crescer, é abraçar um amor que cura. quando somos feridos num espaço onde deveríamos conhecer o amor, é difícil imaginar e até mesmo desejar um amor que realmente possa mudar tudo. não é fácil se desarmar, ficar de peito aberto pra tudo que se criou barreiras, táticas de defesa e de proteção para se proteger da violência. nosso corpo ainda vai lembrar e engatilhar o motivo da capa de proteção até que você se sinta completamente segura para ser vulnerável. a gente percebe que todo mundo quer um amor, mas quase ninguém aprendeu a amar. o que temos de referência dói. Mas, e se lembrássemos constantemente de que o amor é o que o amor faz, não usaríamos a palavra de um jeito que desvaloriza e degrada o seu significado. Quando amamos, expressamos cuidado, afeição, responsabilidade, respeito, compromisso e confiança.”
Temos que nos libertar de muitas camadas, esse livro não fala apenas do amor romântico, mas de todas as suas nuances, sobre a vergonha nos aprisionar e impedir de amar, e pra além da vergonha de demonstrar, às vezes a vergonha de si, dos próprios sentimentos incoerentes. enfim, escolher ser amorosa dá trabalho, haverá conflitos, temos que ser honestos primeiramente com a gente pra conseguir ser com o outro, engolir a seco que a pessoa não é um protótipo do seu ideal, desapegar dos antigos traumas pra não respingar em quem não tem nada a ver, respeitar as verdades do outro sem anular as suas próprias, comunicar de maneira clara, tentar não ser punitiva, saber perdoar erros, entender que também comete erros, conseguir confiar pra demonstrar fragilidades e medos, colocar limites. abrir mão da razão. diminuir o ego até que ele fique do tamanho de uma cabeça de alfinete e muitas outras camadas. mas no final vale a pena, a luz precisa da escuridão pra fazer sentido lutarmos por ela.