Milena490 08/06/2024Mãe de PetA escrita é fluída e prende o leitor desde o primeiro capítulo. A história é repleta de alusões à maternidade compulsória e a ideologia equivocada que permeia a sociedade onde ser mãe será "bonito, fácil e repleto de amor". Além de mostrar que pessoas feridas ferem outras pessoas (ou animais).
Achei interessante o uso da cadela no lugar de uma criança, é uma sutileza na agressividade. Acredito que o maltrato de ambos doem aos olhos de quem vê (ao menos doem ao meus), assim como, para muitos "bicho é bicho" enquanto para outros "criança é criança", existe o tratamento de desrespeito, desvalorização e agressão quando estes seres não cumprem o papel de perfeição esperado pela ""mãe"".
O final é angustiante e real.
Outro ponto interessante é como a Damaris foi uma criança ferida e na adultez a partir do trauma criou e apegou-se à fantasia de alento e amor incondicional a partir do maternar, o qual a mesma não recebeu.