gleidsonoitavo 11/06/2024
Um hospício chamado Brasil
A cada novo "paciente" diagnosticado e internado na Casa Verde, eu dava uma gargalhada. E a cada nova tentativa de oposição ao manicômio, que acabava por não ter sucesso e ainda justificar a captura de novos "pacientes", eu ria mais ainda! E assim a história foi seguindo até um fim arrasador, sombrio e lúgubre. A maneira como a ciência levou Dr. Simão ao posto de cidadão de destaque de Itaguaí, mesmo que os outros habitantes pouco compreendessem qual o seu trabalho e os seus objetivos, faz dessa história um resumo de um dia qualquer do noticiário atual brasileiro. É fácil aceitar a ciência. Tão fácil também é questioná-la. Dividindo as manchetes, outra reportagem deve citar um caso de um hospital com atendimento robótico e desumano, ou ainda um relato de despreparo e precariedade. Poucos devem ler as letrinhas no jornal, menos ainda devem se importar. Nesse Brasil de doidos e doidos e meio, nem Dr. Simão Bacamarte seria capaz de ensaiar uma cura.