spoiler visualizarana 24/02/2021
Bom :)
Devo dizer que estou um pouco apreensiva com o fato da minha nota ser aquela que todos vão ver, e talvez, a partir da qual irão definir suas expectativas. Então, de todo modo, gostaria que ninguém se baseasse na minha nota, e lesse antes de qualquer coisa.
(Esta resenha pode conter spoilers de All the Stars and Teeth)
Enfim, ao livro.
Desde que eu li All the Stars and Teeth no ano passado, estive muito ansiosa para All the Tides of Fate, tanto porque queria continuar acompanhando a Amora e o Bastian, como também queria ver onde a questão da maldição que os entrelaçava e como a Amora lidaria com o fato de não ter mais magia, mas também ser a rainha de Visidia, em quem todos deveriam confiar e quem supostamente teria a magia mais forte.
Em All the Tides of Fate vemos um momento posterior, meses após o fim do primeiro livro, em que Amora determinou o fim das restrições ao uso de uma única magia, ou seja, agora todos podem usar quantas quiserem, e agora tem que lidar com as consequências de seus atos e como as demais ilhas do reino veem-na. Tudo isso enquanto busca uma forma de quebrar a própria maldição, restaurar a magia e lidar com o luto pelo pai.
Vamos por partes. Primeiro, isso vai se tratar de uma impressão minha, mas eu considero All the Tides of Fate mais uma jornada de cura e aceitação do que aconteceu em AtSaT do que verdadeiramente uma aventura típica de fantasia. Embora haja sim essa proposta, eu acho que ela acabou ficando para um segundo plano, pois constantemente vemos a saúde mental da Amora em foco e a dificuldade dela de lidar com a perda do pai. E isso é tanto positivo quanto negativo. Positivo porque gostei de ver isso em um livro de fantasia, acho que muitas vezes essas questões são deixadas de lados ou muito facilmente superadas, e negativo, porque enquanto a autora tratou com maior destaque essa parte, a aventura fantástica da personagem caiu para um plano quase auxiliar daquele.
Achei que faltou, sim, desenvolvimento do plot. Na maior parte do livro a gente acompanha a Amora e a equipe indo de ilha em ilha, em busca de duas coisas diferentes. Só que essa passagem é prolongada e maçante; um, porque não acontece nada relevante, dois, porque passamos centenas de páginas acompanhando essas visitas, para a resolução de alguns problemas serem feitos em muito menos, em um piscar de olhos até. Isso me incomodou não somente em uma passagem, visto que a maioria dos problemas e impasses que a personagem tinha que ultrapassar se resolviam de maneira muito rápida e fácil. Todo esse problema para uma resolução mediana, no máximo.
Acho que faltou explorar um pouco mais isso, tinha muito potencial ali e que quase não foi usado. Principalmente no final.
O final. Eu ainda não sei dizer se estou feliz ou não com o final. Acho que um pouco de cada. Não me incomodou O QUE aconteceu na resolução final da história, mas sim COMO ela foi feita. Novamente, me pareceu rápida demais, simples demais e pouco pensada. O epílogo eu achei meio sonhador demais, para ser sincera, mas isso é uma opinião bem pessoal e por cima.
De resto, gostei de ver a evolução da Amora tanto pessoalmente, quanto para com o Bastian e todo o restante da equipe, além de como enquanto Rainha e o que isso de fato significava, muito além do que somente sentar no trono e ditar ordens. Nisso, eu acho sim que as viagens pelas ilhas se encaixaram e fizeram total diferença para algumas resoluções, mas ainda mantenho minha posição anterior.
Quanto à escrita, não tenho nenhuma crítica. Acho a escrita da Adalyn muito fluida, bonita e fácil de entender. Em nenhum momento você se cansa da escrita dela, ou das descrições, ou falas, que são lindíssimas, a propósito.
Resumindo, All the Tides of Fate tem seus defeitos, mas é uma boa continuação e desfecho para a história apresentada em All the Stars and Teeth. Recomendo a leitura, até mesmo para cada um tirar suas próprias conclusões.