Júnior 17/07/2010
O Guarani - Jose de Alencar
Em uma grande e bonita casa na Serra dos Órgãos no Rio de Janeiro, onde a única entrada era por uma enorme escada de pedra, e também havia um rio, chamado de Paquequer, o morador era um fidalgo português, nomeado D. Antonio de Mariz, que participou de muitas guerras e também combatia aos indígenas.
Alguns aventureiros moravam com ele, e o de maior confiança era Aires Gomes, também amigo de D.Antonio, e serviam sua família, uma família não muito grande, de quatro pessoas, D. Laurinda, sua esposa, Cecília, sua filha, D. Diogo seu filho e Isabel filha natural, tida como sobrinha, fruto de um romance com uma indígena.
Em uma tarde, quando os aventureiros voltavam da cidade para a casa de D. Antonio, viram um índio matar uma onça com as próprias mãos e depois levá-la para outro lugar. Sr. Álvaro de Sá, que comandava os aventureiros, e Loredano, um italiano, comentaram o acontecido.
Outro dia, Cecília, uma menina loira, de encantadores olhos azuis, conversava com sua prima Isabel, sobre um índio, Peri, que não agradava muito Isabel, foi então, que escutaram os aventureiros chegando, e os foram ver. Atravessando o terraço Cecília foi parada por Álvaro, que falou com ela qualquer coisa, e ela seguiu até sua mãe e pai. Loredano viu a cena, e ficou enciumado, pois sentia uma forte atração por Cecília.
Álvaro, querendo ouvir a voz de Cecília, foi contar a ela, sobre Peri matando a onça, ela pensou que Peri poderia ter sido ferido, mas nada falou. Assim que ficaram sozinhos, perguntou a Álvaro se ele havia trazido sua encomenda, e ele respondeu positivamente, dando isso a ela, e mais alguns presentes.
Os aventureiros foram a um bar beber um pouco e falar de sua viagem.
Peri chega à casa de Cecília e olhando pela janela, vê os presentes dados por Álvaro e pensa que nunca poderia dar isso a ela.
Além de Peri, outros dois homens olhavam sua sombra pela janela, Loredano, que a desejava e Álvaro que a amava.
No dia seguinte Peri se encontra com Ceci, conversam um pouco e a menina dá uma arma de fogo a Peri, que é o objeto que ela havia encomendado a Álvaro.
Em uma caçada pela mata, D. Diogo acidentalmente, mata uma índia de origem Aimoré, que ao contar a D.Antonio, se preocupa com um ataque dos índios.
Cecília e Isabel foram até sua casa vestir suas roupas de banho, pois iriam nadar um pouco no rio, Peri foi junto com elas, e ficava olhando Ceci, pois a achava muito bonita. Nesse momento dois índios apareceram e Peri atirou neles com a arma que ganhara. Cecília e Isabel ficaram assustadas, e resolveram voltar para casa.
Enquanto isso na casa de D. Laurinda, aparecera uma onça, ela gritou por ajuda até chegarem os aventureiros que mataram a fera, D. Laurinda acusou Peri de ter trazido a onça até sua casa, e falou para seu marido expulsar Peri de sua propriedade.
As duas meninas chegaram nesse momento, e por um mal entendido Isabel falou que Peri tentou atirar em Cecília, e isso fez com que D. Antonio falasse para Peri se afastar por um tempo.
Aqueles dois índios que Peri matou no lago, eram Aimorés, querendo vingar a morte de uma índia da tribo.
Tempo depois, Loredano, chamou mais dois aventureiros para a mata onde os avisou para não tocar em Cecília, pois ele a queria. E contou seu segredo, sobre um tesouro que estava com ele, e os ameaçou caso contasse esse segredo.
O passado de Loredano não era um dos melhores, antigamente era um Carmelita, um padre, que ao ver um aventureiro morrer e deixar um papel com as instruções de onde havia um tesouro, pegou suas roupas e fugiu, e se nomeou Loredano. Esse homem então se tornou um aventureiro, e agora serve D. Antonio de Mariz.
Cecília e seu pai gostavam muito de Peri, pois ele havia salvado a vida da menina há algum tempo e desse dia em diante, Peri começou a admirá-la muito.
Loredano começou a se sentir atraído por Cecília desde o primeiro dia em que a viu, mas detestava Peri, porque ela não ligava para ele só para o índio.
Álvaro e Loredano começaram uma briga de socos e apontando armas uma para o outro, por causa de Cecília, já que os dois queriam ficar com ela, Peri apareceu enquanto eles brigavam e derrubou Loredano, e apontando uma arma para ele, fez com que prometesse ir embora e nunca mais voltar a ver Cecília. Peri só interveio na briga porque não queria que Álvaro morresse, pois Cecília gostava dele, e Peri não queria ver sua senhora sofrendo.
Na casa, enquanto Ceci conversava com Isabel acabou descobrindo que ela amava Álvaro. E falou para que Isabel ficasse com ele.
D. Antonio ao ver seu filho Diogo e Álvaro, chamou-os até uma sala de sua casa, decidido a fazer um testamento, pois já estava velho. Depois disso chamou todos da casa, e comunicou que Peri deveria ir embora, pelo acontecido anteriormente. Nesse momento Peri se defendeu e contou toda a história, onde Peri novamente salvou sua filha, e também contou que alguns índios iriam atacar sua casa, pela morte da índia de sua tribo. Então D.Antonio confrontando sua própria idéia, resolveu que Peri poderia ficar. Cecília ficou muito feliz.
Em uma tarde tranqüila, Cecília, Isabel, Álvaro e D. Antonio, saíram passear pelos campos. Cecília armara uma desculpa, afastando-se com seu pai, para que Álvaro e Isabel, fiquem sozinhos, e quando isso aconteceu Isabel acabou por confessar que amava Álvaro e se foi. Nesse mesmo instante Peri aparece e mostra a Álvaro os inimigos de D.Antonio, que eram Loredano e mais dois companheiros, mas nada fizeram.
Nesse mesmo dia, ao anoitecer Ceci e Peri brigaram, pois ela queria o transformar em um cristão, e ele alegava que não podia porque sua crença é igual a dos outros índios.
Outro dia, quando D. Diogo teria que partir, para uma expedição, precisara de três homens para ir com ele, e Álvaro resolveu que Loredano iria, pois assim não poderia fazer mal a ninguém na casa estando longe.
Ceci e Peri fizeram as pazes.
Loredano mandou um de seus companheiros assassinar Cecília, caso ele morresse, pois a desejava, e não queria que mais ninguém a tivesse.
Aires Gomes acaba por descobrir a verdade sobre Loredano, assim que um homem, Sr. Nunes, chega a casa, e conta uma história sobre um carmelita.
Nesse mesmo dia Loredano quis colocar seu plano em prática antes da viagem e raptar Cecília, para poder tê-la, mas isso não aconteceu, pois Peri que sempre a observava acabou por salva-la, e matou os dois comparsas desse homem.
Quando Loredano soube que estava sozinho, resolveu mentir a todos os outros aventureiros da casa e colocá-los contra D.Antonio. Isso aconteceu, mas foram interrompidos por algumas flechas, que cruzavam o terreno. Eram dos Aimorés, da tribo indígena da qual uma índia foi morta.
D.Antonio, sua família, Peri, e alguns aventureiros de confiança entraram na casa, e os outros foram para o outro lado, onde eles viviam. E lá ficaram por alguns dias.
Peri então planeja a morte por envenenamento a todos seus inimigos, sai de casa e mata um dos Aimorés, e pela desvantagem em número de guerreiros, acaba por ser capturado. Uma índia que se interessou por ele, resolve soltá-lo, mas ele não quer ir, pois o plano dele estava dando certo, já que havia envenenado seu corpo, e os guerreiros da tribo iria comer sua carne, pois acreditavam receber suas forças.
Enquanto isso na casa, Loredano armara um plano derrubando a parede do santuário e adentrando na casa, para poder matar todos e depois colocar seus companheiros contra os índios, enquanto ele foge.
Assim que Peri ia ser morto pelo cacique da tribo, Álvaro e alguns dos aventureiros aparecem e ajudam Peri a escapar, mesmo contra sua vontade, e também matam alguns indígenas. Todos voltaram à casa de D.Antonio.
Chegam quando Loredano acaba de entrar pela parede que quebrou, mas morre nesse momento juntamente com os aventureiros que o ajudavam, todos por envenenamento, pois Peri havia envenenado a água que eles bebiam.
Peri começa a passar mal e fala que está envenenado, e sai da casa, Cecília pede para que ele volte, e assim ele faz, como era muito forte e resistente não morreu envenenado e voltou a sua senhora.
Os Aimorés se afastaram, já que seu chefe havia sido morto por Álvaro e os aventureiros. Nesse momento saíram Peri, Álvaro mais alguns aventureiros para poderem verificar o terreno, e alguns índios os atacaram matando os aventureiros e Álvaro. Peri assustado conseguiu passar por cima dos índios e trazer o corpo de Álvaro até a casa, onde todos ficaram tristes, principalmente Isabel que o levou para seu quarto e se matou para poder viver junto dele na vida eterna.
Os índios inimigos que estavam furiosos voltaram a atacar. Colocaram o corpo de Loredano na sala de entrada. A família não poderia sair, estavam presos e cercados dentro da casa, pois a única entrada era a escada de pedra, onde os índios se encontravam. Então Peri resolveu salvar Cecília, e D.Antonio, apoiou sua idéia. Após convertê-lo ao cristianismo, mandou-o ir o mais rápido possível, afastando Cecília do perigo. Cecília e Peri fugiram em uma canoa pelo rio Paquequer. Ao longe, quando Peri vê a casa em chamas sabe que todos estavam mortos.
Ceci acorda, enquanto a canoa navega pelo rio e Peri conta o ocorrido. Ela fica triste, resolve não mais voltar para o Rio de Janeiro e ficar com o índio que ela amava.
Vão para terra firme onde comem algumas frutas Peri sabe que algo está errado, mas resolve deixar Ceci descansar e fica alerta. Logo o tempo muda, o sol se escurece e as águas descem o rio, transbordando. Há uma tempestade onde Peri, se lembrando de estórias indígena de sua tribo, sobe em uma palmeira. Tudo era água e céu. Peri lutava com todas suas forças para salvar Ceci. A palmeira foi arrastada pela água e desaparece no horizonte.