spoiler visualizarLaís 07/11/2023
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DiAngelo nos força a ver que toda a política se baseou em identidades e que tais identidades são traços críticos do combate que nos levou a errar no esforço de fazer as coisas da maneira certa- e que muito frequentemente significou branqueá-la. Não temos como nomear os inimigos da democracia, da verdade ou da justiça se não pudermos dar nome as identidades ás quais estivemos amarrados. Durante a maior parte de nossa história, homens brancos heterossexuais estiveram envolvidos em um programa de proteção a testemunhas que preserva suas identidades e as inocenta de seus crimes, ao mesmo tempo que lhe oferece um futuro imune aos ônus e pecados passados.
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Robin DiAngelo joga todas as muletas fora e pede que as pessoas brancas finalmente amadureçam e encarem o mundo que criaram, ao mesmo tempo que busca ajudar a refazê-lo para aqueles que não tem o mesmo privilegio delas, nem a mesma proteção.
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dar nome a quem tem e que, não tem acesso orienta nossos esforços para questionar a injustiça.
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Essas respostas trabalham para restaurar o equilíbrio brancos, na medida em que repelem o desafio, reinstalam nosso conforto racial e mantém nosso domínio no interior da hierarquia racial. Classifico esse processo de fragilidade branca. Embora seja acionada pelo desconforto e pela ansiedade, a fragilidade branca nasce da superioridade e do direito. Ela não é fraqueza per se. Na realidade, é um meio poderoso de controle racial branco e de proteção das vantagens brancas.
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Em algumas medidas, sabemos que o filho de Bill Gates nasceu em um ambiente de oportunidades que o beneficiarão durante toda a sua vida, seja ele medíocre ou excepcional. E embora o filho de Gates tenha sido sorteado com vantagens imerecidas, nós nos agarramos firmemente a ideologia do individualismo quando nos pedem para analisar nossas próprias vantagens imerecidas.
P. 38
As diferenças que detectamos com nossos olhos- textura capilar e cor dos olhos- são superficiais e emergiram como adaptações geográficas. Por baixo da pele, não existe raça biológica de verdade, as características externas que usamos para definir raça sao indicadores confiáveis da variação genética entre duas pessoas quaisquer.
p. 39
A ideia de inferioridade racial foi criada para justificar o tratamento desigual; a crença na inferioridade racial não foi o que desencadeou a desigualdade de tratamento.
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Quando o preconceito coletivo de um grupo racial é apoiado pelo poder da autoridade legal e do controle institucional, ele é transformado em racismo, um sistema de amplo espectro que funciona independentemente das intenções ou das autoimagens dos atores individuais . O racismo é uma estrutura, não um acontecimento.
Todo mundo tem preconceito e discrimina, mas as estruturas de opressão vão além dos indivíduos . Embora as mulheres possam ser preconceituosas e discriminatórias contra os homens em interações individuais, como grupo, elas não teriam poder para negar aos homens seus direitos civis. Já os homens, enquanto grupo, podiam, e negaram as mulheres seus direitos civis. homens puderam fazer porque controlavam todas as instituições.
P.45
O racismo é um sistema e eu seria negligente se deixasse de reconhecer a intersecção entre raça e gênero no exemplo do voto feminino americano; homens brancos deram o direito de voto às mulheres, porém garantiram acesso apenas às mulheres brancas. as mulheres de cor tiveram esse pleno acesso negado até a Lei de direito de voto, de 1964.
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Quando digo que só brancos podem ser racistas, estou afirmando: só os brancos têm poder institucional, social e privilégios sobre as pessoas de cor. Os negros não têm o mesmo poder e provilegios sobre os brancos.
P.49
Em vez do foco típico na maneira como o racismo fere pessoas de cor, analisar a branquitude é focar no modo como o racismo concede importância aos brancos.
A branquitude se baseia em uma premissa fundadora: a definição dos brancos como a norma ou padrão do humano e das pessoas de cor como um desvio dessa norma. A branquitude não é reconhecida pelos brancos, e o ponto de referência branco é presumido como universal e imposto a todos.
P.51
Então, nossa necessidade de deixar claro que estamos falando da história dos negros ou da história das mulheres sugere que essas contribuições correm por fora da norma.
p. 55
a luz da contínua e histórica realidade da supremacia racial branca, queixas de brancos sobre racismo ?reverso? por parte de programas voltados par atenuar os níveis mais básicos de discriminação são profundamente mesquisnhas e delirantes.
P. 75
Frequentemente me pergunta, se eu acho a geração mais nova menos racista. Não, eu não acho. De alguma maneira, as adaptações do racismo no decorrer do tempo são mais sinistras que leis concretas como as Jim Crow.
P. 83
A solidariedade branca é o acordo tácito entre os brancos para protegerem a vantagem branca e não causar desconforto racial a outro branco se eles forem confrontados quando dizem ou fazem algo racialmente problemático.
p. 90
imaginar que as pessoas de cor tem de ensinar as pessoas brancas sobre racismo é outro aspecto da inocência racial que reforça várias posições raciais problemáticas.
p. 121
Para falar sem rodeios, acredito que a coletividade branca fundamentalmente odeia a negritude por aquilo que ela nos faz recordar: somos capazes e culpados de perpetrar prejuízo imensurável, e nossos ganhos vem da subjugação de outros. Nutrimos um ódio particular pelos negros ?insolentes?, por aquelesque ousam sair de seus lugares e olhar para nós olho no olho, como iguais.