lecofaria 24/11/2020
Dois (mas que somos Nós)
Dois, de Vanessa Reis
Há muito tempo eu li (em outro livro) que amar é lindo, mas não é fácil. E em minhas relações eu aprendi isso na prática: amar é abrir mão, ceder, dar espaço e, algumas vezes, deixar ir. Amar é permitir que o sentimento se transforme.
Acho que, por lembrar tanto de minhas próprias histórias, eu tenha gostado tanto de Dois. O romance de estreia de Vanessa Reis é daqueles que você não sabia que precisava, mas, quando descobre, sofre toda a falta que ele lhe fazia.
Ben e Liv, os protagonistas, são os dois do título. Eles se esbarram, se conhecem, se apaixonam. E vivem. O problema (e a graça) é que Ben e Liv são plausíveis demais; são reais. Assim, em alguns momentos você os ama; em outros, você quer estapeá-los com vontade, balançar os seus ombros, chamá-los de burros, idiomas, estúpidos.
Pela primeira vez, usei meu Kindle para fazer mil marcações em um livro. O texto de Vanessa começa devagar e vai nos abraçando e, quando vemos, estamos presos na história daqueles dois. E nas mil referências pop, que brotam em todas as páginas, despertando o nerd que habita em mim e me arrancando sorrisos a cada tirada genial que lia (e invejando não ter tido a ideia de usar algo do tipo em uma história).
Terminei a leitura com o rosto levemente molhado. Porque ao pensar em Liv e Ben, eu pensei em mim. Eu pensei em alguns nós. E isso, às vezes, dói. Mas também liberta.
?Talvez eu deva agradecer por, enfim, entender que nem sempre podemos ficar com o amor da nossa vida e que a maior atitude do amor é, justamente, deixá-lo ir.?
Terminei a Leitura em: 24/11/2020
Cotação: 5 estrelas em 5