"O estudo, o tato intelectual com os problemas da vida, o gosto pelos livros, a tendência para a observação científica levaram-me na lógica formal ensinada no ginásio à indagação teórica em torno da filosofia marxista. Buscava uma interpretação da sociedade brasileira, algo que explicasse as contradições observadas no ambiente em que vivia - operários, estudantes, homens e mulheres do povo, sincretismo religioso, preconceitos das elites. E em tudo isso, presente, inarredável, a imagem das crianças, sofrendo, trabalhando, pongando em bondes - como eu via diariamente em Salvador, para ganhar míseros tostões vendendo jornais. Como homem do povo, escolhi cedo o caminho que só podia ser o da luta pela liberdade." (Carlos Marighella)