Em José Celso de Macedo Soares não se pode dissociar um homem do autor, a persona prática de poética como fala Croce. Seu texto - e isto verifica se desde sempre - vem sumamente acompanhado de um empenho em abrir a clausura dos slogans e dos esquematismos. Proprietário de um friso narrativo inconfundível - afinal, o estilo é o homem -, o autor aceita a divisa que Schopenhauer atribuiu a história, o famoso "Eadem, sed aliter", que se pode traduzir, à justa, por as mesmas coisas de maneira diferente. Macedo Soares possui a disponibilidade de rever, superar conceitos, traçar expedientes novos para enfocar a mesma matéria. É intensamente brasílico, sabe do país, suas carências, onde vigoram amolecimentos que impedem o país crescer. Conhece onde está a trava, o emperramento. " Brasil: país travado" está isento das cararatas desvirtuadoras do real. Aqui, o que mesmo está vigorando é a realidade, estudado por um escritor que repele o argumento forasteiro e que, com inteligência orquestral, nos dá um livro que beira as orlas da permanência.
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