José Luandino Vieira, nascido José Vieira Mateus da Graça é um escritor angolano.
Português de nascimento, passou a juventude em Luanda, onde concluiu os estudos secundários. Por combater nas forças do MPLA durante a Guerra Colonial, contribuindo para a criação da República Popular de Angola, adquiriu a cidadania angolana. Preso pela PIDE, pela primeira vez em 1959, acusado de ligações ao movimento independentista (Processo dos 50), acabaria condenado a catorze anos de prisão, em 1961. Antes disso a Sociedade Portuguesa de Autores, então presidida por Manuel da Fonseca, pretendera atribuir-lhe o Prémio Camilo Castelo Branco, pela seu livro "Luuanda". Essa acção fez com a PIDE/DGS levasse a cabo uma acção de desmantelamento da SPA. Luandino cumpriu a pena de prisão no Campo do Tarrafal, em Cabo Verde, regressando a Portugal em 1972, com residência vigiada em Lisboa.
Em 1975 regressou a Angola onde ficou até 1992. Foi director da Televisão Popular de Angola, de 1975 a 1978, diretor do Departamento de Orientação Revolucionária do MPLA, até 1979 e diretor do Instituto Angolano de Cinema, de 1979 a 1984. Participou na fundação da União dos Escritores Angolanos, de que foi Secretário-Geral (1975-1980 e 1985-1992). Foi também Secretário-Geral Adjunto da Associação dos Escritores Afroasiáticos (1979-1984). Com o fiasco das primeiras eleições livres (em 1992) e o reinício da guerra civil, acabou radicado no Minho. Vive em isolamento na propriedade de um amigo, e passou a dedicar-se à agricultura.
Em 2006 foi-lhe atribuído o Prémio Camões, o maior galardão literário para a língua portuguesa. Contudo, recusou o prémio alegando motivos íntimos e pessoais, segundo um comunicado de imprensa. Entrevistas posteriores, sobretudo ao Jornal de Letras, Artes & Ideias, esclareciam que o autor não aceitara o prémio por se considerar um escritor morto e, como tal, o Prémio deveria ser entregue a alguém que continuasse a produzir. Ainda assim publicou dois livros em 2006.