Incapaz de dormir, Angélica saiu pra ver o dia que despontava. Através dos inúmeros arco-íris produzidos no sol nascente na bruma espessa, chegavam cantos e chamados da terra, ecos de um mundo desconhecido onde Joffrey de Peyrac, o amado marido enfim reencontrado, escolhera viver.
Ele estava lá! A silhueta transida, envolta na capa negra recortada contra a miríade de cores cintilantes, perscrutava o horizonte.
O que a vida lhes roubara antigamente era-lhes devolvido centuplicado. Fortuna, castelo, títulos? O que era isso diante da riqueza de serem um homem e um mulher em seu apogeu, em um mundo novo, com um grande amor no coração?
Ao lado dele, Angélica não temia uma vida rude e de perigos. Adornos, jóias, a glória? Tivera-os à saciedade. Provara-lhes tanto a delícia quanto o amargor.
Agora, depois de tantos tropeços, alcançara enfim seu objetivo: acompanhá-lo, estar nos braços dele, possuir-lhe a alma inquieta...
Romance