A Espécie Fabuladora

A Espécie Fabuladora Nancy Huston


Compartilhe


A Espécie Fabuladora


Um Breve Estudo sobre a Humanidade




“Para que inventar histórias quando a realidade já é tão extraordinária?”

Feita por uma detenta de um presídio feminino, tal pergunta – provocadora e incômoda – é o ponto de partida de A espécie fabuladora, ensaio tão impressionante quanto sui generis.

Por que, afinal, essa necessidade incontrolável, comum a todas as culturas, de tecer fábulas, de criar ficções?

Guiando-se por seu arcabouço de leituras, por sua experiência como ficcionista e pensadora, e sobretudo por uma sensibilidade incomum que enxerga relações onde elas parecem invisíveis, Nancy Huston, uma das mais renomadas romancistas e intelectuais da atualidade, conduz o leitor por uma investigação sobre a genealogia da espécie humana, sobre como nos tornamos os fabuladores que somos.

Partindo da constatação de que o ser humano é o único animal que sabe que nasceu e que vai morrer, aliado ao uso da linguagem verbal pela nossa espécie, a autora estabelece a importância, para nós, do Sentido (da vida, de Deus...). O Sentido, diz ela, “é a nossa droga pesada”. Por isso, o indivíduo não se forma sem ficções e narrativas (sobre a família, sobre o seu povo, sobre o seu nascimento etc.). Mais tarde na vida, algumas pessoas fazem sua própria releitura de ficções (ou modelos) recebidas e recriam a sua própria história. Outras não conseguem romper com padrões de ficções primitivas e ficam à mercê de serem manipulados por “ficções nocivas”, que “engendram o ódio, a guerra, os massacres”.

Entre tantas fábulas a que somos expostos e que engendramos ao longo da nossa existência, o romance – quintessência da nossa tendência ficcionalizadora – tem um caráter civilizatório. O valor supremo do romance é o poder de nos colocar no lugar do outro, de relativizar convicções, de criar compaixão e entendimento, de propiciar a identificação com outras realidades, com outros personagens.

Ecoando os Fragmentos de um discurso amoroso, de Roland Barthes, A espécie fabuladora é um ensaio múltiplo e único. Múltiplo por navegar com segurança em domínios da teoria da literatura sem jamais perder a conexão com outros campos do conhecimento, como a história e a psicanálise; único por aliar reflexões num delicioso e intenso raciocínio, que nos explica e ilumina.

Edições (1)

ver mais
A Espécie Fabuladora

Similares


Resenhas para A Espécie Fabuladora (0)

ver mais
on 28/9/22


Que livro incrível! Comecei a ler por causa de uma leitura obrigatória de uma cadeira do curso, e me vi na obrigação de continuar porque os dois capítulos que li não eram o suficiente, a escrita é muito profunda e te leva a questionar e pensar bastante, é também de fácil entendimento (o que só torna melhor). Meu ritmo de leitura foi muito bom, simplesmente não conseguia parar de ler, sempre que começava.... leia mais

Estatísticas

Desejam13
Trocam1
Avaliações 4.2 / 51
5
ranking 49
49%
4
ranking 31
31%
3
ranking 16
16%
2
ranking 4
4%
1
ranking 0
0%

26%

74%

Lucas_Deschain
cadastrou em:
31/08/2010 11:52:24

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR