O argumento de “A dança das bolinhas” pode parecer um pouco duro, afinal é uma reflexão sobre o momento especialmente difícil, conflituoso, sem senso de humor ou graça pelo qual passamos.
Trata das ações e intenções de motivadíssimos sacripantas no mais estrito sentido da palavra, de pessoas velhacas, vis, indignas e amorais que posam de desinteressadas e tementes ao deus cristão, mas que encarnam um projeto de dominação arrasador, também conhecido como neoliberalismo, que pode levar-nos a todos para um mundo de desigualdades, violências, exclusões, desolações e destruições ainda maiores e intensas.
Não é engano, exagero ou “pessimismo”, antes fosse. O objetivo aqui é convidar o leitor a trilhar o caminho de uma análise da situação atual, de como chegamos até aqui, sem um outro peso, além daquele das circunstâncias e do tema, que seria o de enfrentar uma escrita acadêmica mais estrita, pois foi buscada uma linguagem mais solta, corrente e fluente.
A sequência dos curtos capítulos, que não são bem capítulos, mas notas, propõe o fio da meada de uma forma mais leve e, por vezes, avança, por outras retorna, reflete e descreve, dá volta, explica, mas também apenas registra o espanto.
“A dança das bolinhas”, portanto, embora seja um ensaio sobre a ignomínia baseado em uma pesquisa acadêmica, procura ser acessível a todo mundo. É, enfim, uma história pública para todas e todos que se interessam e preocupam pelo Brasil, pelo seu povo, por sua história e pela Universidade Pública.
História do Brasil