Longe de assemelhar-se aos almanaques que cheios de datas e personalidades, intelectuais e adornos ideológicos, O tempo das escolhas é sim uma reflexão sincera sobre este ano tão determinante. Ou, nas palavras da própria autora: “Estou tentando escrever sem avaliar. Quero que minhas mãos sejam a extensão da mente, apenas reproduzindo a memória. Não quero pesquisar arquivos daquele tempo. Este não é um trabalho jornalístico. O que trago aqui são coisas vividas, sobretudo sentimentos. Procuro evitar os sentimentos atuais, mas nem sempre sou capaz. Quero transmitir a imagem que tive naquele período, com todas as minhas limitações, e ser sincera ao retratar o que vi e vivi, deixando de lado conceitos e criatividades literárias. Não quero, da mesma forma, fazer o retrato de uma época, o que exigiria um trabalho de pesquisa que desfiguraria este escrito.”