X da questão não é um ensaio, embora contenha o embrião de três ou quatro ensaios. Também não é um diário, embora contenha anotações diárias, produzidas quando o autor, com 41 anos e após muitos anos envolvido em turbilhão de atividades, sem tempo para meditar sobre aquilo que o inquieta, é atingido por uma súbita doença e hospitalizado em Nova York. Morin decide consagrar sua longa convalescença à meditação, que esta obra transcreve. Esta não é uma obra filosófica, embora o autor tenha a ousadia de colocar questões que só o filósofo ou a criança se coloca: Quem sou eu? Quem somos nós? O que é o homem no mundo? Trata-se de uma espécie de galáxia mental de densidade e forma muito irregulares, que convida o leitor a refletir sobre as nebulosas nuanças daquele que é nosso problema essencial: o da ligação e o da brecha entre o homem e o mundo.