A ficção de futebol é um exercício difícil, especialmente porque a realidade do esporte parece mais interessante do que qualquer história inventada.Um baú gigantesco de histórias fantásticas de futebol pode ser encontrado pelos séculos. A vastidão deste baú é tamanha que seria possível montar um dicionário tão infinito quanto a Biblioteca de Babel narrada por Jorge Luis Borges.Nisso, vem a ideia do Abecedário de Craques, uma possibilidade literária de volumes desta biblioteca. Cada livro possui microcontos de futebol sobre goleiros, laterais, defensores, meias, atacantes, reservas, técnicos, árbitros e estádios organizados em ordem alfabética.As histórias aqui, então, são estórias dos craques do futebol das letras W e X. Eis um mundo diegético onde o estádio de Wembley fica do lado do estádio de Xinjiang. Waldir Peres joga no mesmo time de Wright-Phillips e Xaxá é titular e Xam Abegglen reserva.Para fins formais, os microcontos possuem exatas 100 palavras. Esse gènero textual, em língua inglesa, é conhecido como drabble. Isso reforça o exercício criativo posto para (re)contar 30 estórias do mundo da bola.Este é o décimo-segundo livro de treze planejados no projeto Abecedário de Craques, todos seguindo o mesmo preceito. Seja dentro deste volume, seja no contexto completo das obras, há de se ter um caleidoscópio daquilo que o futebol tem de melhor: suas pequenas histórias.
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