1. ed, 1.reimp., 1973
DEsde sua publicação em 1948, Walden II tem sido o objetivo de uma controvérsia permanente. Ele descreve uma sociedade utópica experimental, presumivelmente existente algures, no Estados Unidos, cujos membros desfrutam do que se poderia chamar de a boa vida. Vivem numa agradável paisagem rural , trabalhando apenas algumas horas por dia, e isso espontaneamente, sem qualquer tipo de coação. Seus filhos são educados por especialistas , tendo em vista o gênero de vida que deverão seguir. A comida é boa, a vida é saudável, e excelente a assistência médica. O lazer é abundante e diversas são as formas de desfrutá-lo. Lá floresce a Arte, a Música, a Literatura, não obstante ser incentivada a pesquisa científica. A mensagem do livro está em apresentar esta boa vida como possível, pois o homem a ela pode chegar através do reto emprego dos princípios que vão emergindo da observação científica do comportamento humano. O livro acentua o contraste entre uma sociedade previamente planejada e a do laissez-faire.
É realmente fascinante o modo com que Walden II descreve a possibilidade de existência de um mundo vivendo em tais condições. Os debates que suscita são particularmente relevantes para melhor se aquilatar das raízes em que se fundamenta a atual revolta da juventude, cansada de uma sociedade de consumo e policial.
Walden II já tem seu lugar entre as utopias clássicas, com a diferença de que ele não é uma utopia no sentido de sonho irrealizável. Melhor se classifica como ficção científica no campo das ciências sociais, trazendo consigo grandes chances de se transformar em realidade.
Filosofia / Literatura Estrangeira / Psicologia