Três mulheres por volta de seus quarenta e poucos, três amigas reunidas em uma sala de aula na faculdade de Psicologia por volta de seus dezessete anos, duas pontas de um labirinto existencial. A realidade da vida pode ser dura e bela. Os lados de cá e de lá podem ser geográficos, Brasil, Paris, mas podem ser sutis...dentro ou fora. Amor e ódio. Do que queremos falar aqui neste encontro, neste Vértice poético que realizamos juntas? Talvez a resposta nos seja apresentada após o manuscrito ser lido, ou ainda, nunca nos seja apresentada. O que queremos está inscrito em nós antes mesmo de nascermos pelo desejo de um Outro ou de vários outros que buscamos captar a cada verso. Seja o que for podemos apenas dizer de nós um pequeno discurso realista do que fizemos e produzimos com o conhecimento adquirido. Quem somo? Isto não, pois, mesmo em três mãos debruçadas no papel ainda assim não nos definimos. A poesia convida a interlocução e nada mais, o diálogo é infinito e se perpetuará após nossa não existência, nos reinscrevendo em nossos outros eus. Uma miríade, um caleidoscópio, a rosácea central de Notre Dame...Explosão de um cristal sem possibilidade de reconstrução, mas, infinitas novas composições; isto sim nos define: o não definível.
Poemas, poesias