Urgência e Ruptura

Urgência e Ruptura Consuelo de Castro


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Urgência e Ruptura





A história e o teatro brasileiro marcaram em 1968, entre vários outros, um encontro dramatúrgico. Este encontro chamou-se Prova de Fogo. E quem entrava no fogo com esta peça não era apenas uma geração, mas também uma escritora, uma dramaturga, Consuelo de Castro. Desde então, manteve-se ela, com uma produção incessante, na linha de frente do teatro brasileiro contemporâneo. Aquilo que surpreendeu, de imediato, na jovem autora, com forte impacto sobre os que tiveram acesso ao texto proibido na época — e pode-se afirmar que este grupo incluía os melhores críticos do teatro nacional — manteve-se como uma marca fundamental desta escritora e de sua escritura dramática. Plenamente dramática no gênero e na intensidade ao rubro do dizer. Nada qualifica melhor o espírito deste teatro do que o próprio título que reúne, neste volume da Editora Perspectiva, as principais peças de Consuelo de Castro: URGÊNCIA E RUPTURA. Toda sua obra é uma explosão de existências humanas, capturadas no curso irrefreável de seus confrontos, nos momentos em que tudo nelas e em torno delas está se rompendo. Estes dois pólos de alta tensão, urgência e ruptura, conjugam-se, com a predominância de um ou de outro, nas duas fases em que até agora se desdobra a produção da autora. Tanto na primeira, desenvolvida sob o terror da arbitrariedade e da violência dos anos 70, quanto na segunda, em que a atmosfera começa a descarregar-se, o leitor-espectador vê-se, desde logo, em meio à tempestade dramática das vidas que se enfrentam no corpo a corpo de seu frustrar-se e desmoronar-se no sentido de suas existências. Idéias políticas, idéias sociais, amor, sexo, liberdade, realização pessoal, busca de si mesmo são os propulsores deste teatro em que a arte do diálogo moderno, direto, contundente se faz instrumento de um cenário de desnudamentos da alma, das convenções e das ilusões das criaturas. Algo da “Crueldade” de um Albee reponta constantemente nesta dramaturgia, numa busca, não de quem matou Virgínia Woolf, mas de quem mata a nossa pureza, a nossa generosidade, e as nossas esperanças encarnadas naqueles jovens, homens e mulheres, que nas provas de fogo deste país pagam o preço de seu desafio com a consumação de suas vidas, rápida ou lenta, aqui e agora.
J. Guinsburg

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on 13/3/19


Fiquei impressionada com a escrita da Consuelo de Castro! Eu já li algumas peças teatrais, e nem todas tem esse magnetismo que faz com que você não consiga parar a leitura até finalizar a peça! Os diálogos são sensacionais e há sempre alguma crítica social ou política em cada uma de suas peças! O livro contém 8 peças da dramaturga, mas fiquei na curiosidade de ler outras obras dela. Recomendo muito!... leia mais

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Paulo
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22/03/2011 21:53:11

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