Todos os contos aqui presentes abordam, de forma explícita ou não, a condição humana e algumas de suas melancolias. São escritos elaborados dos quinze aos trinta e dois anos do autor, sendo que os mais antigos estavam esquecidos no tempo devido aos típicos afazeres profissionais premeditados num mundo que cobra Folha de Ponto. A mente humana é capaz de nos proporcionar uma existência conexa a mistérios fascinantes, mas potencialmente deprimentes. Indagações sobre a morte, reflexões sobre a condição de uma vida meramente mecânica, fobias sociais, ansiedades, doenças e terrores noturnos são alguns dos mistérios apresentados pelas personagens – talvez não tão fictícias – destes contos de fantasia. Independente de como você olhar para cada uma destas referências perturbadoras e seus simbolismos, gostaria que percebesse os gritos de esperança real que ainda resistem sobre cada um destes pequenos textos irreais. Esses gritos são os nossos, tão fragilmente humanos e presentes eternamente em um mundo por vezes inerte, essencialmente individualista e particularmente espantoso de se viver. Que a fantasia subjetiva aqui contida possa lhe proporcionar entretenimento e reflexão por um tempo, enquanto que, à sua volta, a mutabilidade humana continua tão concreta e objetiva a modelar as culturas no seu entorno.
Contos