Em Turbilhão em Macapá, Ivan Jaf mostra a diversidade cultural brasileira a partir da relação conflitante de uma garota mimada e consumista e seu pai, homem criativo e contestador. Neste lançamento de Edições SM, que integra a coleção Barco a Vapor, o público juvenil é levado a refletir sobre os diferentes valores existentes entre as distintas classes sociais do país.
João, o pai, acaba de perder a mãe e vive um momento de crise emocional. Sua filha Paula, de 12 anos, raramente o visita. A rotina dos dois é modificada quando a escola de Paula, no Rio de Janeiro, é obrigada a fechar por uma semana, por traficantes do morro vizinho, e ela vai passar uns tempos na companhia do pai.
Paula só pensa em shopping, badalação e roupas de grife. Não compreende nem aceita a personalidade do pai e suas idéias peculiares a respeito da vida. João fica perdido vendo sua filha tornar-se uma pessoa que não conhece a realidade brasileira. Na tentativa de amadurecerem a relação, viajam para Macapá, no Amapá, em busca da resposta a uma intrigante questão: em uma pia cheia de água, o líquido gira em direção ao ralo em sentido anti-horário no Hemisfério Norte?
Paula é então apresentada a um Brasil “de verdade”. Juntos eles passam por Belo Horizonte, Brasília além de sobrevoar o Pará, a Ilha de Marajó, Belém, o Rio Amazonas e a Floresta Amazônica. Durante as viagens, João comenta aspectos geográficos, culturais, ecológicos e históricos de lugares por onde passam e que enriquecem a leitura do livro e propiciam o contato com a diversidade brasileira.
Além da descoberta de “um mundo novo”, Turbilhão em Macapá trabalha o confronto com nossos medos, angústias e inseguranças que leva ao amadurecimento psicológico e afetivo. È a travessia enfrentada por João, que supera a dor e a frustração profissional em direção à conquista da sabedoria e da serenidade. E de Paula, cujo contato com uma nova realidade fortalece sua personalidade e a torna mais madura, com novos olhares sobre a vida.
Sobre o autor – Ivan Jaf nasceu no Rio de Janeiro, em 1957. Estudou Comunicações e Filosofia nos anos 1970, e depois viajou pela Europa e América Latina. De volta ao Brasil, e à sua cidade, esse carioca foi fotógrafo e pintor. Hoje, trabalha como roteirista de histórias em quadrinhos, e é um dos mais importantes autores para o público juvenil brasileiro.