"Elomar Figueira Mello, cantador que habita o sertão profundo, sofre a sina de eclipsar, com sua própria figura, a obra que constrói. Muitos o conhecem (freqüentemente como rebelde, maldito, marginal ou transgressor), mas poucos atravessaram a porteira de sua cantoria, feita de óperas, árias, autos, incelenças e cantigas – estas de típico sabor trovadoresco-medieval, cruzado, feudal e teocrático.Simone Guerreiro vê em Elomar, porque elabora e executa os próprios textos, um trovador. Que é também denunciador de agravos e injustiças, cantador que “quebra a cerca da manga e se alevanta nos cascos”, em feitio de boi turuna e barbatão.Ele se relaciona com dois sertões: o de fora, real, ao alcance de todos, e o de dentro, ou sertão profundo, insólito e imaginário, “um sertão de tempo pretérito”."
Fonte: http://viladepatos.blogspot.com/2007/09/elomar-2007-tramas-do-sagrado.html