sintomas

Os 35 poemas de "sintomas", livro de estreia de Renan Peres, estão divididos em duas partes que refletem criticamente e em caráter coletivo o período 2016-2020. O doutor em Letras e poeta Jorge Verly afirmou no prefácio que o rigor dos poemas de Renan têm "como dever (como devir) evidenciar o que ressoa, aquilo que vibra com potência de atingir o outro". Verly destaca, ainda, que "muitos são os becos-sem-saída, os labirintos que dão em muros, as ruas que terminam em grades nesta poética" cujos versos "testemunham o emparedamento de um sujeito que é múltiplo porque muitas são suas dores, as dores de todos que estoicamente ele escolheu recolher e levar pelo fino fio da palavra". No posfácio, o mestrando em Letras Guilherme Medeiros entende que os poemas da primeira parte entoam "o canto do luto e o canto da liberdade, promovendo um diálogo complexo e, no entanto, eufônico dessas duas particularidades da vida", e destaca que a natureza de todo o livro é de constante vigília. Para o escritor Wagner Silva Gomes, "este livro tem como ponto de partida o horizonte, espaço. Mas esse não é nada sem amor, construção. É sobre até onde vai o amor". Essa afirmação, além de conectar o sentido das duas partes, também lança olhar aos poemas de "sintomas", que versam sobre questões sociais e políticas e sobre o amor confrontado com as realidades diversas do sujeito emparedado. Medeiros observa "o amor como partícula fundamental" na segunda parte do livro, e sentencia: "Renan parece zombar da própria poesia, do próprio sentimento ali impresso, zombar das margens do poema e ultrapassá-las".

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