A publicidade é um dos principais motores da economia, ao mesmo tempo que representa um imenso poder capaz de condicionar a existência de todos os meios de comunicação de massa. É o mais difundido dos canais de comunicação, aquele que impõe ao mundo, pela força das ideias e, sobretudo, dos grandes números, para além de produtos e mercadorias, imagens, palavras, pensamentos e gostos. A publicidade é, em suma, um instrumento estético e ideológico de massas, uma espécie de reservatório de onde extraímos a nossa forma de olhar o mundo, de descobrir a beleza, de nos divertirmos, de sonhar. Compreender o mecanismo da publicidade, desmontar o seu motor para ver como funciona, é pois importante, antes de mais, para quem trabalha no sector ou pretende vir a fazê-lo. A ambição deste pequeno manual é a de transmitir de forma compreensível, auto-suficiente, o mais simples possível, aquela metodologia de análise semiótica que pode aplicar-se à publicidade. Não se trata de propor uma teoria semiótica da publicidade, mas de oferecer uma 'caixa de ferramentas' semióticas que possam revelar-se úteis para a análise.