Jung ocupou-se vários anos com o problema central desta obra. O motivo imediato que o levou a escrever este livro foram certas questões abordadas no seu livro “Aion”, e de modo particular o problema de Cristo como figura simbólica e o problema do antagonismo Cristo-Anticristo tal como vem expresso no simbolismo tradicional do signo zodiacal de Pisces.
Se o cristianismo reivindica para si a condição de religião monoteísta, a hipótese dos opostos presentes em Deus se faz necessária. Isto levanta um problema religioso de graves consequências, o problema de Jó. A finalidade deste livro é mostrar a evolução histórica deste problema através dos séculos, desde Jó até os acontecimentos simbólicos mais recentes, como por exemplo a "Assumptio Mariae".
O autor enfoca neste livro o episódio de Jó, de um Jó que espera a ajuda de Deus contra o próprio Deus. Este fato estranhíssimo pressupõe uma concepção semelhante em relação aos opostos presentes em Deus. Trata do problema, descrevendo uma experiência pessoal, acompanhada de emoções subjetivas. Escolheu propositalmente esta forma, pois queria evitar a impressão de estar pretendendo proclamar uma 'verdade eterna'. O livro de Jó pretende apenas ser a voz indagadora de um indivíduo que espera e mesmo aguarda a reflexão de seus leitores.
Psicologia