Resenhas - O Mundo de Aisha

Isabela1717 26/05/2024

Onde a mulher não tem voz, a revolução é silenciosa...
Por mais que a narrativa seja breve e o formato em quadrinhos deixe a atmosfera mais leve, qualquer pessoa consegue ver a situação delicada em que essas mulheres são submetidas. De longe, o que mais me marcou aqui foi quando o livro coloca o fato de as mulheres - a partir do momento onde se é necessário o uso do niqab - são desumanizadas. Elas estão por todo lado, mas perante a sociedade, perdem o senso de que são de carne e osso, elas desaparecem. São como "pássaros negros, misteriosos, inabordaveis".
Eu sempre tive certa cautela em me expressar diante dessas questões femininas em países árabes, pois há uma linha tênue entre fazer uma crítica decente e cometer racismo cultural, e eu não quero ser desrespeitosa. O que me deixou satisfeita nesse livro foi a forma de como a jornalista colocou os dois lados nessa história, falou sobre as mulheres que querem avançar politicamente mas também falou sobre as que se sentem confortáveis nesse sistema, e é importante mostrar que existem essas nuances.
No geral, a história é rasa (não se pode esperar tanto de uma HQ), mas é ótimo para introduzir o debate e propor a continuidade, instiga o leitor a estudar a fundo com matérias, artigos, livros e documentarios mais sérios e completos.

O livro é forte, deixou um gostinho de quero mais. As mulheres representadas são extremamente admiráveis e buscam por mudanças. Assim como elas, eu espero que as mulheres das gerações futuras possam ter mais oportunidades de exercer seus direitos e escolhas, e que as mulheres que estão lutando por essas mudanças sejam sempre lembradas e marcadas como as lutadoras incríveis que são. ???

Victor.Hugo 15/05/2024

Necessário!
Uma Grafic Novel cativante e necessária. Funciona muito bem como introdução ao tema que pretende abordar, com uma leitura fluida e sucinta, com um gostinho de "quero mais"!

arrobasamara 02/04/2024

Antes de ler essa HQ, fui pesquisar um pouco mais sobre o Iêmen, um país árabe de intensa história, muito famoso pelo café mocha, pelos prédios feitos de barro com até sete metros de altura e também um dos países mais pobres do Oriente Médio, no entanto com uma posição geográfica estratégica. O país passa por uma das maiores crises humanitárias do mundo, estando em guerra civil desde 2014 e com poucas notícias sobre isso na mídia ocidental.

Importante lembrar que Rússia e Ucrânia não são os únicos países em guerra no mundo. E que nossa sensibilidade não pode ser seletiva.

Agora sobre a leitura, a HQ é fruto de uma viagem da fotógrafa Agnes Montanari ao Iêmen, lá ela recolheu o relato de várias mulheres iemenitas, subordinadas a uma sociedade patriarcal, dependendo muitas vezes da aprovação de maridos, pais ou irmãos pra poderem viver suas vidas. Obrigadas a usarem o Niqab, véu que cobre completamente o rosto, deixando apenas os olhos de fora, e quem não usar não é bem vista.

A HQ apresenta 3 histórias de mulheres, a Sabiha que se casou aos 11 anos, e foi baleada por seu marido por não gostar de usar o Niqab. A segunda mulher, Hamedda, famosa na região por seus restaurantes. E em terceiro, Aisha, uma jovem que estuda e trabalha.

É uma HQ bem curtinha e rápida de ser lida, mas com muitas reflexões.

Myria.Viana 28/03/2024

São leituras como essa que em mim fortalece a importância da liberdade feminina, de podermos escolher qual caminho seguir. Quão aprisionador é ter a liberdade cerceada por ser mulher, ter que cumprir obrigações tão precocemente sem ter o direito de escolha. ? Essa leitura toca profundamente.

millktea 25/01/2024

Leitura dolorosa e bela
Li essa HQ para realizar um trabalho na faculdade e fiquei apaixonada por toda a história por trás dela, recomendo muito. Uma história bastante tocante sobre a vida de quatro mulheres do Iêmen através de relatos reais.

wtflaurete_ 03/01/2024

Um soco no estômago.
O mundo de aisha é uma leitura muuito interessante e que me despertou diversos sentimentos. atraves desse livro entramos em contato com a cultura iemenita e vemos a realidade das mulheres iemenitas que sofrem com a opressão exercida pelos homens em nome da "honra". é bem triste em vários momentos, são histórias de várias mulheres, mulheres fortes e que sao grandes exemplos de resiliência. acredito que seja impossivel ler essa historia e nao se emocionar com as injustiças sofridas pelas personagens e nao sentir raiva e repulsa dos homens. é muito interessante saber que essas mulheres são reais e isso acaba causando uma indignação também, saber que tantas mulheres passam por situações assim. esse tipo de leitura é de uma importância gigante e com certeza deixou uma marca em mim. amei muito tudo, a forma como a historia é contada, as ilustrações, é tudo incrível.

Luu 21/12/2023

Conhecendo o escondido
Essa HQ é o relato de vida de mulheres que a fotógrafa Agnes Montanari escutou em sua viagem ao Iêmen. Apesar de serem poucas histórias e contadas de forma resumida, dá pra entender bem como é a vida das mulheres no Iêmen. Sempre precisar da aprovação de um homem, precisar casar, precisar ter filhos, lutar muito pra um emprego normal...

Mas tbm as histórias mostram que as mulheres lá existem e tem força própria. Elas não precisam de uma americano pra perceber que sofrem e querer que as suas filhas sejam mais livres. Além disso, gostei muito como fala que as restrições de vestimenta é só pq " os homens não estão acostumados a ver as mulheres com resto descoberto", sugerindo que não tem nada a ver com religião.

Sobre a arte, não me agradou tanto. Pelo traço muito grosso e sem variações de cinza, só preto ou branco, achei muito difícil de entender algumas imagens, já que não dá pra entender o que é sombra e o que é " físico". As imagens tbm tem pouca sensação de dinamismo, parecendo muito cenas estáticas. Gostei da ideia de alguns quadros serem fotos que a fotógrafa tirou, mas podiam ser melhor encaixados.

Por fim, só por ajudar a entender como é num país que tem uma realidade completamente diferente da minha e ser fácil e rápido de ler, eu recomendo a leitura.

Tathy 08/12/2023

Iêmen
Um país que nós sabemos pouco, quase nada. Ler a história dessas mulheres me comoveu, me incomodou e me sensibilizou a conhecer mais.

Nat 01/12/2023

Uma realidade séria e muitas vezes violenta sobre a vida das mulheres muçulmanas. Essa HQ tem os desenhos muito simples, e eu amei o fato de ser um “desenho de foto” (ou qualquer que seja o nome para esse tipo de arte gráfica) porque transforma a história contada em algo mais real. Se a nossa cultura ocidental é machista, não tenho palavras para descrever o que me pareceu ser a cultura do Oriente Médio em relação à vida das mulheres. Uma publicação muito necessária, recomendo.

site: https://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com/2023/11/o-mundo-de-aisha-ugo-bertotti-dll-2023.html?m=1

alinasjornadas 16/11/2023

Indicação Semanal = "O Mundo de Aisha"
Indicação Semanal = ?O Mundo de Aisha: A revolução Silenciosa das Mulheres no Iêmen"
PUBLICAÇÃO DE = Ugo Bertotti
PÁGINAS = 148
Avaliação: 5.0;

Sob o véu negro do niqab e cercadas pelo hijab, as mulheres do Iêmen são omissas das posições de poderio ou influência, como vivências basilares de suas próprias sociedades, possuindo algum enfoque quando se elenca a recorrências de uniões estáveis informais e formais na plena infância, casos de escravização e violência, sucedidas de feminicídios. A obra concede luz para cada uma dessas condições, compondo experiências femininas na localidade, direcionando reflexões sobre as ausências do exercício da dignidade humana.

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Carol 12/11/2023

"[...] Estamos todos, mulheres e homens, presos num círculo tribal que se alimenta de pobreza e ignorância, que mete medo. Meu país é assim, arcaico, arruinado e magnífico."

Muito triste ler sobre histórias de mulheres que são submetidas a uma cultura opressora, um país atrasado mesmo, fico pensando se um dia isso vai mudar e até lá quantas mulheres ainda sofreram com todo tipo de violência.

Paloma 11/11/2023

Para sair do senso comum
Muito bom! Aquele tipo de leitura que faz com que a gente saia do senso comum sobre a vida de outras pessoas ao redor do mundo, aqui em particular, a das mulheres do Iêmen.

Cada uma com uma história diferente (umas mais trágicas e terríveis do que as outras), mas que são igualmente engolidas pelo caldo da cultura do seu país.

O símbolo mais forte disso que é o uso do Niqab (o véu que cobre todo o rosto), que a gente - o senso comum - vê como uma opressão (que pra mim de fato é) no contexto delas - e paradoxalmente - é na verdade um mecanismo de liberdade, pois sem ele elas não poderiam sair de casa, estudar, trabalhar...

Enfim, a realidade é mais complexa, não dá pra ficar no senso comum.

Kaire 04/11/2023

Muito boa a sensação ilusional de que somos completamente livres por não estarmos escondidas atrás de véus quando a verdade é que opressão conta a mulher é algo universal.

Podemos buscar nos diferenciar das outras culturas para não encarar essa realidade dura, mas os casamentos forçados, as diversas violências, e o fundamentalismo religioso que aparece para justificar as perversidades são coisas que batem na nossa porta há tempos.

Ainda assim, a luta prevalece. Força é substantivo feminino, e é através de histórias assim que entendemos o porquê.

Wane 01/11/2023

Evoluímos mesmo?
O quadrinho narra a história de diferentes personagens que apenas tentam viver suas vidas numa terra onde o machismo é lei.
Uma obra rapidinha, rica culturalmente e que, particularmente, me trouxe uma reflexão muito grande.
Somos realmente livres para sermos quem somos? Elas são escravas por usarem burca ou nós somos escravos de um padrão onde eu preciso usar uma roupa tal, sem repetir a roupa, lembrando de depilar, entre outras coisas para ser considerado minimamente apresentável?

Bia 28/10/2023

Por trás dos véu
"O mundo de Aisha" apresenta as histórias reais de diversas mulheres do Iêmen, contadas para uma fotojornalista italiana durante a passagem dela pelo país.
São histórias de silêncio - e muitas vezes de violência - mas também de amizade, resiliência e perseverança.
É uma reportagem em quadrinhos que nos aproxima de uma vivência muito diferente da brasileira, e faz isso sem preconceito, mostrando as mulheres por trás dos véus, o que elas pensam, o que elas querem, o que elas desejam. Muito interessante.