jesscso 06/03/2023
A Ceifeira: A lenda do Doppelgänger
Já tá chato mas tenho que exaltar mais uma capa desta fase... Que PERFEIÇÃO! As cartas, a ceifeira atrás, o Cascão flutuando!!! Nessa edição, além da continuação de um desenvolvimento de Titi, temos respostas para umas questões: Quem era a figura fingindo ser Cascuda? Está relacionada ao ser encapuzado? O mistério continua em A Ceifeira, o terceiro capítulo de Uma Luz Que Se Apaga.
?Este bairro é muito zicado! Isso, sim!?
Amo o quanto esse capítulo é energético. Fazia falta uma correria nesta revista! Ao perceberem que tem alguém clonando as pessoas do bairro, toda a turma sai atrás desse ser. É um corre corre intenso. Não dá pra confiar em mais ninguém; todo mundo pode ser a Ceifeira (como o personagem de capuz fica conhecido). Admiro Cassaro por ser um homem geek, logo muito inteligente e informado das coisas. A lenda retratada nesse arco é a do Doppelgänger, aquele que caminha ao lado. Até no Fala Mauricio tem um relato maneiro de uns alunos que viram uma cópia idêntica de sua professora. Bom, na história a cópia de professor é a de Licurgo. É muito interessente misturar esse tipo de cultura com TMJ; mostra como a literatura nacional pode ser rica.
Todo o drama com os pais do Cascão é PERFEITO! Nunca tinha lido um desenvolvimento tão detalhado e bem construído. Eles amam demais o filho, por isso não os culpo. Olhando pela lente da realidade, tudo o que anda acontecendo com Cascão é muito estranho mesmo. Mas a consequência desse amor todo vem; procurando pelo Cascão, Antenor vê o seu próprio duplo e desmaia. Esse gancho é INSANO.
O arco só continua avançando super bem. É a metade e já se tem todas as informações básicas sobre o plot: agora é resolver toda essa situação. Será que, alguém vai mesmo morrer, e esse alguém é o Antenor? Já sei a resposta e é por isso que amo esse arco.
Encerrando-se a história principal, o responsável pelas duas one-shots da edição é Lederly Mendonça. Aparências continua o desenvolvimento que Titi iniciou lá na segunda série em O Intercâmbio da Aninha e na terceira em Titi Tantstor. Só que aqui Lederly é perspicaz: toda garota que Titi se envolve, é sempre no sentido romântico ou de pegação. Mas o roteirista apostou em algo mais... Ousado. Titi acaba se aproximando de Dorinha e construindo uma amizade (ou algo mais) muito linda. É aprofundado a relação com seus pais, e o quanto o pai de Titi o cobra. Dar desenvolvimento e construção para um personagem tão odiado foi uma das melhores decisões da equipe criativa. E pela primeira vez, não achei o final corrido. Amei os desenhos do Jairo nessa edição, muito bonitinhos. Essa é uma das minhas one-shots favoritas.
Rolê do Espanto encerra a edição e não me cativou tanto quando a anterior. Nessa, a sensação de roteiro corrido voltou. Não dá pra ser perfeito em tudo, né? Aqui temos uma narrativa meio chatinha de uns contos de terror em uma tuor que DC e Isa estão. Temos o retorno de Nefasta, uma vampira com potencial mas usada em uns roteiros meio meh. Algumas referências legais: a Casa fora do Tempo (ed 63) e a Condessa Vermelha (alguma da turminha). Os desenhos são mais ou menos e apesar de ser uma história razoável, despertou uma curiosidade de ler um arco de vampiros, focado em Nefasta e talvez no vampiro da história Sangue Fresco da primeira série.
A era Uma Luz é muito boa de acompanhar, formada por one-shots boas (algumas razoáveis) e um arco principal LINDO! Minha favorita dessa é Aparências.