Ludmilla Silva 11/02/2022"Por que treinamos para usar uma arma que pode tirar uma vida tão facilmente?"É muito interessante essa conexão recente que star wars vem fazendo com a cultura japonesa. Não é nada revolucionário, mas para o âmbito de star wars é significativo, pois o George Lucas sempre se inspirou em elementos da cultura japonesa para criar a saga e seus personagens, principalmente os Jedi. No ano passado lançaram Star Wars: Vision, uma coletânea de vários animes (produzidos por estúdios japoneses) caracterizados no universo de star wars. E agora temos essa iniciativa de The High Republic, que é contar parte da história dessa nova era pela perspectiva do mangá, que também conta com a colaboração de artistas japoneses. Eu amo esse tipo de iniciativa, pois traz maior originalidade e ar fresco para uma saga que já dura mais de 40 anos. Uma inovação que eu sempre estarei disposta a apoiar.
Queria ressaltar essa edição linda elaborada pela panini. A capa e as cores estão assim espetaculares. É um mangá simples, mas que me deixou fascinada. Minha única reclamação diz respeito ao fato de ter sido publicado no modo ocidental de leitura. Eu não sei se o original (em inglês) veio dessa forma também, mas acredito que se tivesse vindo do modo de leitura oriental acrescentaria a história e claro honraria a tradição japonesa.
Em relação à história ela se passa durante a primeira fase de The High Republic, durante a segunda onda, ou seja, durante o ataque dos Nihils a Feira da República em Valo. Contudo, está ambientada bem longe desse evento principal. A protagonista é Lily, uma Cavaleira Jedi bem jovem, que está no Templo Jedi de Banchii. Ela ajuda os refugiados a serem realocados nesse novo planeta. Entretanto, tudo muda quando o planeta se vê diante de uma nova ameaça: os Drengir. A premissa em si, combina bastante com os outros livros e quadrinhos de The High Republic, e é de fato muito interessante. Como é um mangá eu supus que fluiu super rápido e bem. E as cenas de luta com os sabres foram aspectos bastante positivos para mim aqui.
Essa nova era vem nos trazendo cada vez mais Jedi bastante novos e centrados. E Lily é uma dessas pessoas. Ela já tem um padawan, Keerin e se vê diante de um dilema perante a ideia de querer proteger o planeta e também estar disposta a mudar de perspectiva e visão de mundo. Gostei bastante que a história traz duas younglings, pois elas fazem um contraste muito grande com Lily e também trazem uma maior dinamicidade a história. Um dos meus diálogos favorito da história foi com elas, onde uma indaga o porquê dos jedi utilizarem uma arma tão letal. Lily concorda com a afirmação da garota, mas rebate dizendo que o sabre de luz também é uma arma que pode ser utilizada para fazer o bem. Ou seja, é sempre uma questão de manter e cultivar um equilíbrio. Foi um diálogo muito legal, e me lembrou de diálogos bem maduros dessa nova era, como os diálogos de 'A Test of Courage'.
Não tem tanto o que falar da história sem dar spoiler, pois é uma narrativa bastante fluída e rápida, porém gosto dos easter eggs com as histórias principais e também do fato de que esse não é um volume único, tendo uma continuação que sai logo nesse primeiro semestre de 2022. Os personagens são muito cativantes, assim como os desenhos e a premissa do mangá. Para mim, é uma história que funciona tanto isoladamente - para quem quer começar a ler histórias de star wars agora - quanto para fãs mais experientes, que já estão acompanhando as outras histórias de The High Republic. Eu me diverti muito lendo e espero ver mais desses personagens. Tenho muita esperança de ver uma adaptação de The High Republic para a televisão em breve e se isso acontecer eu ia amar a adaptação dessa mangá, como em Visions.