Purgatório americano

Purgatório americano John Haskell


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Purgatório americano





Enquanto Anne espera no carro, Jack entra na loja de conveniência do posto de gasolina. Depois de decidir quais pequenas guloseimas comprar, ele deixa a loja, mas nem o carro tampouco Anne estão mais lá. Esse é o ponto de partida da odisseia vivida por Jack ao longo das duas centenas de páginas de Purgatório americano, primeiro romance do norte-americano John Haskell, uma das vozes mais pungentes da nova literatura americana, autor da coletânea de contos Eu não sou Jackson Pollock, também publicada no Brasil pela Rocco.

Diante da desconcertante sensação de perda que vai acompanhá-lo por todo o romance, num primeiro momento Jack não entende muito bem o que está acontecendo. Anne deve estar atrás do posto, esperando por ele. Depois de procurar por todos os lugares possíveis nas redondezas, ele decide voltar para casa, mas, ao chegar lá, tudo está como haviam deixado algum tempo antes. Na secretária eletrônica, apenas uma mensagem, da mãe de Anne, que os esperava para o fim de semana.

Ele resolve ignorar a ligação e esperar. Quando essa espera se torna angustiante demais, Jack faz uma busca pela casa e, ao encontrar um mapa rabiscado por Anne, decide partir. Ele ainda não sabe exatamente para onde, mas precisa partir em busca da mulher, seja para onde for. Compra impulsivamente um carro, deixa Nova Jersey e sai em direção ao outro lado do país. Na bagagem, os livros preferidos, poucas roupas e todas as fotos dele e de Anne.

A cada novo quilômetro, uma explicação diferente sobre o sumiço de Anne vem à cabeça. Nenhuma, porém, parece fazer sentido. Jack sente medo de que algo de muito ruim tenha acontecido, afinal, Anne não tinha nenhum motivo para desaparecer. Os dias vão passando e a quilometragem, aumentando. No caminho, relaciona-se com pessoas esquisitas, outras normais demais, vive experiências inusitadas e expõe-se ao que nunca havia vivido até então, descobrindo novas realidades sobre o país em que vive e diferentes modos de aproveitar a vida, sem, no entanto, se entregar totalmente, na crença de que reencontrará Anne sempre no próximo destino.

Através da prosa precisa e envolvente de Haskell, o leitor mergulha no universo de Jack e da incrível galeria de personagens que entram e saem da história formando um mosaico surpreendente dos Estados Unidos. Ao longo dessa jornada de dor, vazio e esperança, no entanto, tudo passa a fazer mais sentido, tanto para o protagonista quanto para os leitores, quando Jack deixa de ser apenas um marido cuja esposa desapareceu, provocando no leitor uma profunda reflexão sobre a busca ancestral do homem pelo amor e a felicidade.

Literatura Estrangeira / Romance

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Resenhas para Purgatório americano (1)

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Pense em um livro bom
on 6/5/15


Purgatório americano não é um livro bom, é ótimo. Fiquei intrigada e surpresa com ele por não ter visto resenhas ou críticas nos blogs em que costumo caçar referências. Este é um livro que nos engana muitas vezes, desde a sinopse, passando pela estrutura do texto até seu desfecho, diga-se de passagem, muito bom. O livro é vendido como uma história que nos é muito familiar: um casal para em um posto de gasolina, enquanto a esposa Anne permanece no carro, Jack, o marido, vai até uma ... leia mais

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Silvana (@delivroemlivro)
cadastrou em:
03/02/2010 14:11:06
Silvana (@delivroemlivro)
editou em:
17/04/2017 14:21:09

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