O primeiro volume do 'Prosas de Oficina' foi escrito em meio a cafés, chás, biscoitos e bolos veganos, risadas estrondosas, mas, principalemente, com presença. Presença que ainda não previa nosso isolamento e o mundo visto através de telas. No tempo em que existia uma campainha, alguém a tocava e abríamos a porta com alegria; quando olhávamos nos olhos e ainda não eram clichês as falas "travou!', "repete" e "abre o microfone!" em encontro virtuais; quando nosso riso se mesclava com mais facilidade.
Mas a vontade da presença conseguiu dar seu jeitinho, menos em um dos momentos mais trágicos que nossa sociedade já experienciou, mesmo com tantas perdas, com tantas revoltas e desamparo por parte de um governo comprometido com a morte, a fome, o caos.
Demos o nosso jeitinho e acabamos conhecendo pessoas incríveis, de diversos locais do Brasil, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Salvador, Campina Grande e por aí vai. Nossa conexão não deixou de existir e, ainda assim, fomos presença, em um momento em que os nossos corpos se sentiam cada vez mais solitários e puderam, enfim, se unir pelo amor à palavra e à literatura.
Viva a escrita criativa!
Literatura Brasileira