Polifemo é nome próprio, o nome do ciclope, filho de Poseidon e da ninfa Teosa, enamorado de outra ninfa, Galatéia, mas também quer dizer Muitas Vozes, do grego polýs, "muito", seguido do verbo phemí, "dizer". Nessa concepção, o ciclope encaminha um paradoxo, seu único olho - seu monóculo - contrasta com sua polifonia; desse ponto de vista, Polifemo confunde-se com a linguagem: seu vir a ser funda-se em uma polêmica constitutiva - um olho vs. muitas vozes; em suas vozes, cada voz se define em relação às demais, como na gênese dos discursos e na semiose.
Antonio Vicente Seraphim Pietroforte
Artes / Poemas, poesias