De maneira magistral, Jacques-Alain Miller resgata no texto de Lacan a expressão "inconsciente real", formulada uma única vez, para nos mostrar outra perspectiva do inconsciente. Tal expressão, no entanto, não se fixou no ensino de Lacan por conta de sua tese radical de que o inconsciente é estruturado como uma linguagem. Isto quer dizer que procedemos à leitura das formações do inconsciente considerando a estrutura de linguagem. Alguns anos depois, iniciou-se o diálogo com a topologia e a lógica matemática, alicerces para a formulação do inconsciente real. Pode-se dizer, no entanto, que esse diálogo não exclui a referência à linguagem. Ambas as abordagens do inconsciente são cumulativas, ou seja, co-presentes, obedecendo à estrutura de superposição: uma não engloba a outra.
Psicologia