Por mais que desejasse, ele não consehuia esquecê-la. Com sua carta na mão, incrédulo, olhava os livros em cima da cama. Releu a carta. Lágrimas rolaram de suas faces. Lágrimas que bem no findo, eram um pedido de socorro. Na parede frontal, a imagem serena de olhar caridoso de Cristo parecia contemplá-lo e dizer-lhe: Filho! Não aflijas tanto teu coração. Sei da tua honestidade de propósitos e de teu olhar caridoso sobre o mundo. Teu coração é nobre e teus pensamentos puros. Escuta-o e segue a intuição que tua mente sugere e não violentes o teu ser! Dante atirou-se de bruços sobre a cama, escondeu o rosto no travesseiro e assim permaneceu. Por quanto tempo? Não poderia estimar. Corpo extenuado, levantou, olhou mais uma vez para a figura sublime de Cristo cujo olhar animava-o e o encorajava. Sentou-se junto à pequena escrivaninha e, no silêncio daquela madrugada, quando sozinho precisava decidir seu destino, assestou papel em sua velha máquina e escreveu longa carta ao senhor Bispo Diocesano solicitando que o recebesse. Iria abrir-lhe sem reservas seu coração.