Segundo o autor, em vez de mapa do céu, o Evangelho é gramática que interpreta
o mundo. Assim ele explica o Cristianismo: como hermenêutica das luzes e sombras da vida,
que tem na paciência sua grande regra. Paciência que não é virtude moral, mas atitude intelectual:
perante os paradoxos da vida há que suster o juízo e dar tempo para que a verdade aí
escondida se possa revelar. O Jesus de Halík é um “mestre do paradoxo”. E o Cristianismo, o
lugar onde o dramático paradoxo do Deus revelado e oculto se esclarece, embora não se dissolva.
Ele sugere ser o Cristianismo a perspectiva que possibilita viver o paradoxo. Não promete
eliminá-lo; apenas, com paciência, percorrer com todos os Zaqueus essa dura e incontornável
faceta da vida.
Religião e Espiritualidade