Marquim D'Morais vem, ao longo de sua carreira artística e de sua vida, tentando quebrar estereótipos preestabelecidos sobre a favela e os favelados. É, ao seu ver, uma missão. Em seu disco "Do Alto do Morro" a mensagem é explícita: "porque no alto da favela também tem doutor" - "riqueza maior está onde acham que é só pobreza", dentre outras mensagens que visam mudar o olhar da sociedade em relação ao seu povo. Esses estereótipos perpassam pelo âmbito afetivo, onde a dureza da vida faz com que favelados se blindem de suas fragilidades como modo de sobrevivência/resistência, criando, assim, um perfil insensível para si, sobretudo, homens negros favelados. Neste livro, Marquim mostra sua fragilidade sem medo. Numa alusão ao clássico do cinema de 1953, "Os brutos também amam", ele faz um passeio por sua realidade em que a mensagem "vida loka também ama" está muito presente na boca do povo e em várias músicas feitas nas periferias. Foi a partir daí que decidiu pelo título, "Os favela também ama", como quem diz, não somos só brutos, ou só "vida loka", também sabemos amar. E nestes aglomerados podemos entrar um pouco mais no universo por ele proposto para ver que "Os favela também ama" é intenso e verdadeiro".
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