Fazia frio e ventava muito na estrada que levava ao alto da colina na parte alta da Vila de Paranapiacaba, onde em seu topo ficava a casa do chefe da estação, chamada por todos de Castelinho. Rodeada pela Mata Atlântica, a estrada era obscura em noites sem luar e quem caminhava por ela, tinha sempre a sensação de estar sendo observado por olhos invisiveis. Naquela noite, as árvores eram sacudidas de um lado para outro na escuridão. Se alguém precisasse sair de casa numa noite dessas, tinha de afundar bem a cabeça por baixo da gola, ficando com o rosto todo enrugado, sem enxergar nada, e avançar contra o vento. De qualquer forma, era bom mesmo que fosse assim, porque o que estava acontecendo por entre as árvores, não era para ser visto por olhos humanos. Quando Edú e Dorinha foram adotados pela familia Smith Silva e foram morar na pacata Vila de Paranapiacaba, nunca poderiam imaginar que de uma hora para outra estariam às voltas com Elfos, Magos, uma bruxa malvada e com o Mestre do Mal. Somente os Elfos de Paranapiacaba seriam capazes de salvar as vidas dos dois.