Editados na Alemanha em 1995, estes Diários vão de 1933 a 1945. Descrevem a ação do nazismo no dia-a-dia e desmentem, por exemplo , que ninguem tivesse conhecimento de certas atrocidades: em 1942, havia indicações claras sobre os campos de exterminio. Victor Klemperer (1881-1960), judeu alemão convertido ao protestantismo, professor universitário de linguas e literaturas românicas, escreveu milhares de páginas sobre o tempo em que viveu. Pela honestidade intelectual, pelo senso humanistico e pela própria abrangencia das anotações, seus Diários foram imediatamente acolhidos como um testemunho único. E há neles uma dramaticidade própria: o leitor sabe que o autor sobreviveu, mas Klemperer vive e fixa cada momento como se fosse o último.
"Ler as anotações quase cotidianas de Klemperer [sobre a atuaçaõ do nazismo] é uma experiência hipnótica, difícil de interromper: o conjunto é uma verdadeira história do assassinato - do ponto de vista da vítima." A frase de Peter Gay sintetiza a importância desses Diários, escritos entre 1933 e 1945 por um judeu alemão convertido ao protestantismo.