Arquiteta de formação, mas uma poetisa recém-descoberta, Sonia Marques aparece bela e incisiva em Onde todo tempo é breve, com poemas que demonstram um bom conhecimento literário e até científico, mas sobretudo do ser feminino, nada meloso, mas que possui um desejo intenso de amar, de sentir e de se colocar e se enxergar na folha em branco, depois de séculos de silêncio. “E o meu silêncio não/ será feito de códigos/ como meus gestos são”, escreveu Sonia. E se as palavras também são códigos, elas nos obrigam a lê-las em suas linhas e entrelinhas, das falas daqueles que nos rodeiam, mas também destes poemas, que refletem as vivências e conhecimentos de uma mulher que, sensivelmente, os transformou em poesia.
Literatura Brasileira / Poemas, poesias