Embora a universidade seja uma das instituições de maior longevidade na cultura ocidental a constituição de um campo de pesquisas e estudos sobre a universidade ainda ensejará muitos esforços, tanto da pesquisa quanto da divulgação científica, ao menos em nosso país.
Dentre os múltiplos e instigantes temas que podem ser objeto de reflexção temos as questões relacinadas à vida e à cultura dos seus estudantes e que são, ou deveriam, aos menos, fazer parte seu centro de gravidade. A modificação recente do perfil público universitário brasileiro e a adoção de desenhos curriculares inovadores como consequência de mudanças nas políticas educacionais locais, regionais e nacionais exigem olhares mais atenciosos sobre o cotidiano acadêmico e uma interlocução mais estreita entre a gestão universitária e a pesquisa. E isso ainda longe que estamos da verdade e necessária massificação da educação superior. Em dados recentes, apenas 14,7% de nossos jovens entre 18e 24 anos estão matriculados em cursos de graduação e destes, em torno de 70% fora do sistema público. Ou seja, ainda há muito trabalho a realizar e, para saber por onde caminhar, a interlocução interdisciplinar requerida por esse campo de estudos recente e o investimento na pesquisa serão centrais daqui em diante.
Esse livro representa o esforço de pesquisadores de universidade públicas para a compreensão de aspectos importantes da relação jovens estudantes com a instituição universitária. Seus resultados indicam novos temas, novas perguntas e propõem novas trilhas do ponto de vista do método e das abordagens teóricas.