O Traidor

O Traidor W. Somerset Maugham


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O Traidor





"Quando Ashenden, encarregado de um grupo de espiões trabalhando na Suíça, foi enviado para lá pela primeira vez, R., desejando que ele visse o tipo de relatório de que precisaria obter, entregou-lhe as comunicações: um maço de documentos datilografados, de um homem conhecido no serviço secreto como Gustav.
- É o melhor homem que temos - disse R. - As informações dele são sempre completas e circunstanciais. Quero que dê a sua melhor atenção aos seus relatórios. É claro que Gustav é um sujeito inteligente, mas não há razão para não recebermos relatórios tão bons dos outros agentes. É apenas uma questão de explicarmos exatamente o que desejamos.
Gustav, que morava em Basle, representava uma firma suíça com agências em Frankfurt, Mannheim e Colônia e, em razão dos seus negócios, podia entrar e sair da Alemanha sem risco. Viajava abaixo e acima do Reno e obtinha material sobre o movimento de tropas, a fabricação de munições, o estado de espírito do país (ponto que R. frisou com muita ênfase) e outros assuntos sobre os quais os aliados desejavam informações. As suas cartas frequentes à esposa ocultavam um código engenhoso e no momento em que ela as recebia em Basle mandava-as para Ashenden em Geneva, que extraía delas os fatos importantes e os enviava a quem de direito. De dois em dois meses, Gustav vinha para casa e preparava um dos relatórios que serviam de modelo aos outros espiões daquele setor do serviço secreto.
Seus superiores estavam satisfeitos com Gustav, e Gustav tinha razões para estar satisfeito com eles. Seus serviços eram tão úteis que ele não só ganhava mais do que os outros mas, por certos "furos" de informação de tempos em tempos, recebia um bônus aprazível.
Isso continuou por mais de um ano. Então, algo provocou as suspeitas de R.: ele era um homem de espantosa agilidade, não tanto mental, mas instintiva e de súbito, teve o pressentimento de que estava havendo alguma trapaça.

Gustav, naquela ocasião, encontrava-se na Alemanha. Não disse nada de definitivo para Ashenden (todas as suposições R. guardava para si), mas disse-lhe para ir a Basle conversar com a esposa de Gustav. Deixou a cargo de Ashenden decidir o teor da conversação".

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