Depois de dezoito anos de exílio, Fernando Terry decide voltar por algum tempo a Havana, atraído pela possibilidade de encontrar finalmente a autobiografia desaparecida do poeta José María Heredia, ao qual dedicou a sua tese de doutoramento. De passagem, terá oportunidade de esclarecer de uma vez por todas quem foi que o denunciou e provocou a sua expulsão da universidade. Paralelamente à história desse reencontro e à procura do almejado manuscrito (que tem por título, precisamente, O Romance da Minha Vida), juntam-se, no plano narrativo, dois outros planos temporais: o da vida de Heredia, nos começos do século XIX, quando a ilha era ainda uma colónia, e o dos últimos dias do seu filho, José de Jesús de Heredia, um mação dos princípios do século XX.
Paulatinamente, as vidas dos vários personagens e as suas peripécias vão-se entretecendo em paralelismos inesperados, como se em Cuba a História se intrometesse sempre da mesma maneira no destino individual de todos aqueles que se destacam pelo seu talento: as delações, os exílios, as intrigas políticas acompanham sempre os criadores, seja qual for o período histórico em que lhes tenha caído em sorte viver.
Abandonando temporariamente os seus romances de cariz policial, Padura oferece-nos aqui uma obra mais ambiciosa, que o consagrou definitivamente como um dos nomes mais importantes da actual literatura cubana e que obteve, em 2001, o Prémio Internacional de Romance “Casa de Teatro”.
“É o meu romance mais ambicioso.”
Leonardo Padura
“(O Romance da Minha Vida) confirma o papel de porta-voz essencial da sociedade que o romance assume na América Latina.”
ABC
Ficção