O Reino das Casuarinas

O Reino das Casuarinas José Luís Mendonça


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O Reino das Casuarinas





Estamos no ano de 87, na República Popular de Angola. Nkuku, um veterano de guerra mutilado que se transforma num funcionário público sem voz, vive a monotonia da sua vida como trabalhador do Ministério do Comércio, no falhado Estado socialista. Mora com o seu gato Stravinski no apartamento onde cresceu. Passa a maior parte das suas noites a ler romances, enquanto assiste à telenovela brasileira Gabriela, Cravo e Canela.

Nkuku sente-se afogado na desesperança, entre a propaganda socialista de Luanda, o abandono urbano e os contrastantes preparativos para o Carnaval. Anseia pela realização do sonho que uma vez sonhou para o seu país e para o seu melhor amigo, Primitivo, desaparecido há dez anos, durante a maior perseguição política que jamais houve em Angola, contra as vozes dissidentes do país.

Um dia, enquanto comprava peixe para a sua irmã, Sindikele, Nkuku reencontra Primitivo. Contudo, este não o reconhece de volta. Juntamente com mais seis pessoas, Primitivo criara uma pequena comunidade chamada o "Reino das Casuarinas". Os seus habitantes vivem num balneário abandonado, no coração da floresta da Ilha de Luanda. Todos eles foram vítimas de violentos traumas no passado, o que fez com que perdessem a memória e fossem marginalizados pela sociedade.

Nkuku decide reavivar a amizade com Primitivo e descobre tudo o que lhe aconteceu. À medida que vai passando mais dias deambulando entre o Reino e o mundo exterior, começa a perder a noção do tempo, falta ao trabalho, fala sozinho e perde a confiança da irmã. Depois de aprender as leis e as experiências do comunitarismo do Reino, passa a acreditar que aquela sociedade é mais justa e igualitária do que a do mundo lá fora. É quando decide mudar-se para o Reino das Casuarinas com Stravisnki. Uma vez instalados, eles têm que enfrentar a ameaça constante que lhes chega da vila piscatória vizinha. Tudo isso conduz ao ferimento de Primitivo, às mudanças na Constituição do Reino, ao assassinato de Stravisnki e, por fim, à expulsão de Nkuku.

No final, depois de encontrar Primitivo e os demais habitantes do Reino mortos, Nkuku vai provar o amargo sabor da verdade: essa nova sociedade que ele ajudou a construir falhou, tal como a República Popular de Angola. Menosprezar um dos membros mais vulneráveis e sem voz foi o erro que os levou à morte. A percepção de tudo isso faz com que Nkuku perda a sua sanidade mental de uma vez por todas.

Romance

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