Para Octavio Paz, a literatura política é o contrário da literatura a serviço de uma causa. Quase sempre brota do exame das realidades de uma sociedade: o poder e seus mecanismos de dominação, as classes e seus interesses, os grupos e seus líderes, as ideias e as crenças. Para ele, a literatura política às vezes se limita à crítica do presente; às vezes oferece um projeto de futuro. Entre diagnóstico e terapêutica, vai do panfleto ao tratado, do memorial ao manifesto, da República ao 18 Brumário. A literatura mexicana, mostra o autor, tem sido particularmente rica em textos de crítica política. O Ogro Filantrópico insere-se nessa tradição mexicana, constituindo-se de textos que refletem sobre diversos aspectos da realidade política do mundo contemporâneo. Um mundo coberto pela sombra monstruosa do Estado, diante da qual, para Octavio Paz, a nobreza e a honra de nosso tempo são os dissidentes que mantém viva a universalidade da rebelião.
Ensaios / Não-ficção