O mundo mágico de vovô Felício
"[...] As férias chegaram. Cristiane foi passar uns dias na chácara do vovô Felício. Ela gostava muito de lá. Acorda cedo e vai tomar leite tirado na hora. O vovô escolheu para a netinha uma vaca holandesa, preta, pretinha, com algumas pequenas manchas brancas na barriga e na anca, do lado direito. Seu nome é Estimadinha, e seu bezerro, um dos maiores. Por isso, o seu leite é mais gostoso.
No pomar, Cristiane vai para chupar manga e comer goiaba, as duas frutas que mais existem lá, no período das férias.
Ela gosta de andar a cavalo, de nadar na represa e fica muito tempo balançando-se em uma rede estendida entre duas árvores, ao lado de um riachinho que corre por ali, espalhando o seu ruído gostoso, que até dá sono.
Mas, de tudo o que Cristiane mais gosta, é de ouvir estórias contadas pelo vovô. Todo dia ele conta uma diferente [...]
Nesse momento, do canteiro, assustadas, em bando, voaram borboletas lindas, levando para o ar o colorido do jardim. A menina bateu palmas e, entusiasmada, disse:
- Veja, vovô Felício, as florezinhas saíram voando.
O vovô explicou-lhe:
- Foram borboletas, minha netinha.
- Eram flores antes, vovô Felício. Eu vi.
O velho, encantado com aquela poesia ingênua, confirmou:
- Sim, minha netinha. As borboletas eram flores. Eu vou contar para você a lenda de como foram criadas as flores e como surgiram as borboletas. É uma lenda muito bonita.
- Conte, vovô Felício, conte.
- Então, fique caladinha e preste atenção.
- Pronto, pode começar."