[SINOPSE NARRADA PELO AUTOR] A história de Clodimar Pedrosa Lô chegou até mim na infância – um menino inocente que havia sido acusado de roubo, assassinado pela polícia e que depois de anos viraria santo popular. Desde pequeno, minha avó Iracema, religiosamente me levava no Dia de Finados ao cemitério; ela ia realizar suas visitas e sempre passava diante do túmulo do menino e acendia uma vela. Aquela imagem para uma criança era um misto de espetáculo e terror: centenas de pessoas, velas que queimavam o piso da sepultura e, principalmente, uma foto preto e branco de um rosto deformado. Os anos passaram e quando lecionei História percebi que muitos alunos desconheciam os fatos sobre o menino. Como professor, cheguei em muitos momentos a realizar trabalhos com os alunos sobre o ocorrido. O tempo passou e veio a oportunidade de unir as lembranças de infância, o desejo de professor para que essa história fosse conhecida e, principalmente, o desejo de tornar o caso de Clodimar um texto acessível ao público juvenil. Por fim, um dos momentos mais interessantes foi a feitura do texto que foi escrito entre minhas viagens durante o ano de 2018 e 2019, em sua maioria em quartos de hotéis antigos que lembravam o famoso Palácio Hotel. Confesso que, pelo peso da história que ia sendo reescrita e interpretada, senti em muitos momentos um clima arrepiante nos quartos. Toda história escrita é uma confissão.
Infantojuvenil / Literatura Brasileira